Localizado na periferia Norte da cidade de Braga, a cerca de 200 metros de altura e virado ao vale do Cávado, o Castro Máximo de Braga é património que se deixa ver a partir de vários pontos do concelho.
Classificado como Imóvel de Interesse Público, o antigo povoado, possivelmente o primeiro núcleo da cidade romana de Bracara Augusta, encontra-se numa situação de abandono, com silvas e lixo na superfície, e as grades, ao seu redor, vandalizadas.
Segundo o site da Direção-Geral de Património e Cultura (DGPC), o terreno onde se situa o Castro Máximo é propriedade da Igreja Católica.
Em 1985, foi imposta uma área de proteção patrimonial ao monumento, que dificilmente foi respeitada durante a construção do Estádio Municipal de Braga.
Durante a construção, cerca de 15 habitações associadas ao “povoado fortificado correspondente ao primeiro núcleo da cidade romana de Bracara Augusta”, segundo a DGPC, foram arrasadas em 2000, como conta a O MINHO um antigo elemento do Gabinete de Arqueologia da Câmara de Braga (GACMB).
“Aquando da construção do estádio municipal, os construtores civis aproveitaram o local, uma pedreira, para extrair pedra e aumentar a rentabilidade da obra. Na azáfama das extrações, foram encontrados, durante as explosões e escavações, novos vestígios do povoado romano que era referente ao Castro Máximo de Braga”, explica a fonte.
O GACMB foi chamado a intervir no local. A alegada pressão causada pelos construtores para acelerar a obra, novamente em pleno, obrigou dezenas de técnicos, durante dois meses, a escavar e a colocar a nu, na colina do Castro Máximo, mais de 15 habitações dos séculos primeiros.
Pelo que apurámos, os vestígios das casas circulares encontradas – algumas com ladrilhos no chão – foram desenhados e fotografados para serem reconstruídos virtualmente. Depois, foram arrasados. Apenas duas lareiras se encontram no Museu D. Diogo de Sousa.
Já outras escavações arqueológicas haviam sido realizadas no Castro Máximo de Braga, durante o século passado.
” Na década de 1930, Carlos Teixeira descreve-o afirmando a existência de fossos, no lado virado à cidade, admitindo ainda que ele teria duas linhas de muralhas, embora nessa altura fosse já difícil seguir-lhes o traçado. Refere também o aparecimento de vestígios de habitações circulares, em pedra. Atualmente, nenhuma destas estruturas pode ser identificada. As sondagens realizadas em 1976-78 pela Universidade do Minho permitiram apenas reconhecer um muro com a face externa aparelhada e um pavimento de barro batido”, lê-se no site da DGPC.