O presidente do PSD, Luis Montenegro, assegurou hoje que nunca associará o partido a “qualquer política xenófoba ou racista” e nunca será o líder de um Governo que quebre esses princípios.
No discurso de encerramento do 40.º Congresso do PSD, Luís Montenegro nunca referiu o partido Chega, mas este esteve implícito nas suas palavras.
“Comigo e com o PSD, antes quebrar que torcer! Jamais abdicarei dos princípios da social-democracia e da essência do nosso programa eleitoral para governar a qualquer custo”, assegurou.
E acrescentou: “Acreditem, se algum dia for confrontado com a violação dos nossos princípios e valores para formar ou suportar um Governo, o partido pode decidir o que quiser, mas não serei eu o líder de um Governo desses”.
Pelo contrário, acusou o PS de ter “ultrapassado muros” para se associar a partidos extremistas.
“António Costa, Pedro Nuno Santos, Fernando Medina, Mariana Vieira da Silva, Ana Catarina Mendes, e por aí fora, violaram os princípios do socialismo moderado para evitar a reforma política antecipada do atual primeiro-ministro”, acusou.
Ainda assim, assegurou que tudo fará para que o PSD para “dar um Governo novo a Portugal”
“Tudo faremos para que esse Governo tenha estabilidade e condições de governabilidade. Somos um partido livre, de compromissos e de entendimentos quando e se necessários. Mas nunca, nunca violaremos os nossos princípios e valores”, reiterou, tendo por trás no palco um ecrã com a mensagem ‘Acreditar — Luís Montenegro 2026’, a data prevista das próximas legislativas.
Vale alimentar para famílias com baixos rendimentos
No discurso de encerramento do 40.º Congresso do PSD, Luís Montenegro elegeu sete temas que serão orientadores da sua ação, começando pelo “combate à carestia de vida”.
“Defendemos a criação desde já de um Programa de Emergência Social que aproveite o excedente criado pela repercussão da inflação na cobrança dos impostos e inclua medidas como um vale alimentar mensal às famílias de mais baixos rendimentos”, afirmou, considerando que a resposta do Governo “tem ficado aquém” e demonstra “insensibilidade social”.
A renovação de descidas ou suspensões na fiscalidade sobre os combustíveis, uma intervenção na fiscalidade e contribuições associadas ao consumo de eletricidade, apoios ao setor agrícola, pecuário e pescas foram outras das orientações que “o Governo deve seguir na formulação desse Programa de Emergência Social”, segundo o novo líder do PSD.
Neste ponto, criticou “a alegria com que o primeiro-ministro e o PS” anunciaram um aumento de pensões para o próximo ano, que decorre da lei.