Nun’Álvares quebra hegemonia do Benfica com “todo o mérito” 

Paulo Tavares levou equipa à conquista de título inédito
Nun’álvares quebra hegemonia do benfica com “todo o mérito” 
Foto: DR

O treinador Paulo Tavares crê que o Nun’Álvares interrompeu a hegemonia do Benfica no campeonato nacional feminino de futsal com “todo o mérito” e competência, embora sem defrontar as ‘encarnadas’ no play−off rumo ao inédito título.

Em entrevista à Agência Lusa, o treinador, de 61 anos, realça que a equipa de Fafe foi a “mais consistente” na época 2024/25, sagrando-se campeã ao superar Feijó, Leões de Porto Salvo e Santa Luzia, num play-off sem qualquer derrota, enquanto as ‘águias’, heptacampeãs entre 2016/17 e 2023/24 e vencedoras da fase regular, foram eliminadas nos quartos de final, pelo Atlético, após dois desaires por 1-0.

“O Benfica foi competente na fase regular. Não foi competente no play-off. Senão estamos a tirar o mérito a quem chegou às meias-finais e à final. O Nun’Álvares conseguiu eliminar todos os seus adversários. Ganha com todo o mérito. Se tivéssemos de jogar com o Benfica, a equipa estaria preparada”, realça.

Sem dúvidas de que o Nun’Álvares foi a equipa “mais competente” da prova, Paulo Tavares enaltece a “sensação boa, de dever cumprido” pelo cumprimento de um dos objetivos a que se propôs quando decidiu regressar à função de treinador, após cerca de época e meia a trabalhar como coordenador técnico das equipas masculina e feminina dos fafenses.

Após “muita insistência por parte da direção”, Paulo Tavares aceitou o cargo, por entender que o plantel, dotado de quatro internacionais portuguesas com mais de 30 anos, Ana Azevedo, Cátia Morgado, Cátia Balona e Pisko, “oferecia condições para se bater essencialmente com o Benfica, o grande rival” e lutar pelo campeonato, pela Taça de Portugal e pela Taça da Liga.

Responsável por jogadoras que nunca tinham sido campeãs e outras que tinham sido na década anterior, pela Novasemente (2014/15) e pelo Vermoim (2015/16), o ‘timoneiro’ encontrou um grupo disposto a “cumprir as regras definidas pela equipa técnica” e a mostrar “sacrifício” para assimilar o “modelo de jogo” preconizado para uma época com 10 meses de trabalho.

“Se queríamos ganhar, o segredo passava por uma defesa forte, por não deixar que a equipa adversária jogasse e, com isso, ter mais bola e conseguirmos marcar mais golos do que o adversário. Todas se dedicam ao trabalho com afinco”, realça.

O Nun’Álvares venceu o primeiro jogo da época com o Benfica (2-1), na primeira volta da fase regular, que viria a terminar no segundo lugar face às derrotas na segunda volta, com Novasemente (2-0), Feijó (1-0) e ‘encarnadas’, em Lisboa (4-1), entre janeiro e fevereiro, na “fase menos boa da época”, em que as jogadoras perceberam que “são 10 meses em que tem de se estar com o ‘pé no acelerador’”.

Após o play-off ‘imaculado’, Paulo Tavares ‘ergueu’ um troféu que junta à Supertaça masculina de 2000/01, pelo Miramar, e ao título da II Divisão masculina de 2009/10, pelo Modicus, numa carreira em que também atingiu a final do campeonato masculino pelo Sporting de Braga, em 2016/17, e ajudou a lançar jogadores como os internacionais lusos Tiago Brito, André Coelho ou Fábio Cecílio.

Certo no comando do Nun’Álvares para 2025/26, o treinador admite “reajustes naturais” para formar “uma equipa competitiva”, com “gente nova e com mais experiência” para a defesa do título, e perspetiva um crescente equilíbrio no campeonato, cujo número de equipas vai diminuir de 12 para 10.

“O Benfica tem condições únicas. É uma equipa sempre forte e candidata a ganhar tudo aquilo em que entra. O Nun’Álvares vai fazer o seu trabalho de casa. Queremos, mais uma vez, estar presentes nas finais para disputá-las e ganhá-las, mas há outros projetos que me parecem credíveis e fortes: o Feijó, os Leões de Porto Salvo, a Santa Luzia, a Novasemente. Prevejo um campeonato mais forte e mais equilibrado, que só beneficia o futsal feminino português”, vaticina.

 
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