O novo reitor da Universidade do Minho (UMinho) afirmou esta terça-feira ter a “ambição” de tornar a instituição uma “referência nacional e internacional”, apontando como “desafios” o alargamento da oferta formativa e “construir verdadeiros polos de excelência” na investigação.
Rui Vieira de Castro apontou ainda como preocupação para o mandato que iniciou a questão do financiamento às universidades, considerando que “não é razoável” que o Estado invista mais no Ensino Secundário do que do Superior.
Falando na passagem de testemunho do agora ex-reitor António Cunha, o novo responsável pela academia minhota comentou ainda as notícias sobre ajustes diretos alegadamente indevidos, feitos pela universidade, afirmando que a instituição “esclareceu cabalmente” a questão em sede própria.
“Temos naturalmente ambição de nos tornamos uma universidade de referência no contexto nacional e internacional. A nossa oferta educativa tem um reconhecimento cada vez maior, a todos os níveis”, afirmou Rui Viera de Castro.
Segundo o reitor, a academia minhota está “em condições de reivindicar progressivamente uma posição melhor no quadro das universidades portuguesas e internacionais“.
O responsável apontou como “grandes desafios” para a universidade nos próximos anos “alargar de forma consistente o tipo de formação que oferece, explorando novas modalidades que vão surgindo e procurar diversificar em termos de públicos” e o aumento da produção de conhecimento.
“Algumas das nossas unidades de investigação já são referência na produção científica. O desafio maior que se nos coloca é de alargar esse tipo de desempenho a todas as unidades, construir verdadeiros polos de excelência em todas as áreas que atuamos na investigação”, referiu.
Para conseguir aqueles objetivos, Rui Vieira de Castro assinalou o caminho: “Falta trabalho, nada disto pode acontecer se não houver um compromisso fortíssimo de todos os membros na nossa comunidade”.
No discurso de tomada de posse, outra preocupação abordada pelo novo reitor foi a do financiamento da instituição, deixando críticas ao Estado e salientando a necessidade das instituições de Ensino Superior terem receitas próprias.
“A própria tutela reconhece que as instituições estão em subfinanciamento. Compete as instituições alertar em contínuo as sucessivas tutelas para este facto. Não é razoável que o investimento do Estado num estudante do Ensino Superior seja menor do que é num do Ensino Secundário”, afirmou.
No entanto, a responsabilidade do Estado no financiamento do Ensino Superior, considerou, “não dispensa a universidade de, ela própria, procurar aumentar a suas receitas próprias“.
“Temos hoje um orçamento que é participado pelo Orçamento do Estado em menos de 50% e esse é um caminho que temos que continuar a trilhar. Acredito que ainda há margem de manobra”, referiu.
Sobre a auditoria da Inspeção-Geral de Educação e Ciência, cujo relatório foi divulgado recentemente, apontando irregularidades em alguns ajustes diretos feitos pela UMinho, nomeadamente serviços contratados a empresas de propriedade de professores da instituição, o novo reitor não quis aprofundar o assunto.
“Aquilo que saiu nos jornais é a versão que decorre do relatório preliminar e não considera aquilo que são as respostas da Universidade. A Universidade decidiu não se prenunciar junto dos jornalistas porque achou que esclareceu cabalmente em sede própria e vai aguardar serenamente e convicta que tem razão”, reafirmou.