O novo presidente da Câmara de Fafe, Antero Barbosa, estreou-se no domingo em atos oficiais com uma visita a duas instituições sociais do concelho, isto um dia depois de ter tomado posse. A visita foi não só simbólica mas também uma “marca” que o novo executivo pretende levar nos próximos quatro anos, comprometido com “princípios e valores humanistas”.
Antero Barbosa visitou a Cercifaf e o Lar da Criança, em Revelhe, por considerar que essas instituições acolhem “populações muito fragilizadas”, pelo que o executivo sente “o dever” de se “assumir como uma Câmara solidária”. “E assim seremos”, vaticina o autarca, em declarações a O MINHO.
Na Cercifaf, o edil foi recebido pelo diretor, Luís Roque, e pelo presidente da Junta de Fafe, Paulo Soares. Esta instituição apoia seis municípios na área da inclusão da pessoa com deficiência: Fafe, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Mondim de Basto, Vieira do Minho e “parte” da Póvoa de Lanhoso. Funciona como uma cooperativa de solidariedade social, mas está inserida numa Federação Nacional.
A O MINHO, o diretor da instituição realça a “vontade” de Antero Barbosa em começar os atos oficiais por uma visita aos “chamados mais desfavorecidos”. “Fomos convidados para ir à tomada de posse e foi o próprio que nos lançou o desafio de o recebermos como primeiro ato oficial como presidente”, contextualiza o diretor da Cercifaf.
Aquela instituição tem escola especial, intervenção precoce após o nascimento, centro de atividades ocupacionais e apoio à integração na escola, entre outras valências direcionadas às pessoas com deficiência.
A visita do autarca decorreu na residência, onde 20 jovens vivem em permanência, e tiveram oportunidade de contactar com a nova “máxima” figura do município.
A O MINHO, o presidente da Câmara destaca a “preocupação com os outros sobretudo os que mais necessitam” como prioridade do executivo. “As duas instituições acolhem populações muito fragilizadas e temos o dever de nos assumirmos como uma Câmara solidária. E assim seremos”, compromete.
Por outro lado, o autarca também quis prestar “uma homenagem aos fundadores dessas instituições – o Padre Flores, que fundou o Lar da Criança em Revelhe, e o Padre Mota , fundador da Cercifaf”.
“Estas visitas de cortesia serviram também para reconhecer o excelente trabalho de todos aqueles e aquelas que, diariamente, e com uma dedicação inexcedível, garantem apoio total e incondicional às suas crianças, jovens e adultos”, concluiu Antero Barbosa.
Questionado por O MINHO sobre se existiu o tradicional “pedido ao autarca” nesta visita, o diretor Luís Roque assegura que não, até porque, como relembra, estão neste momento a decorrer obras de cerca de um milhão de euros (700 na requalificação do edifício sede, que tem já 40 anos) e 400 mil na ampliação do Lar de Fornelos, que permitirá aumentar de 30 utentes para 70. No total, a autarquia já apoiou com 300 mil euros, e parte desse dinheiro foi já transferido para a instituição.
Por isso, salienta Luís Roque, tratou-se de uma visita que “sensibilizou”, e uma “forma de começar diferente, um ato simbólico e quase informal de troca de afetos, de proximidade com quem mais precisa”.
Antero Barbosa também visitou o Lar da Criança, em Revelhe, uma instituição que pertence à paróquia local e que há mais de 20 anos acolhe crianças fragilizadas, sobe o lema: “A felicidade deve ser um privilégio de todos”.
O autarca afirmou a O MINHO ter encontrado “duas instituições muito bem organizadas e com a ambição de concretizar projetos com vista à melhoria da sua capacidade de resposta e de intervenção”.
“Reconhecemos as dificuldades, inerentes à complexidade dos problemas individuais que enfrentam, assim como as adversidades que encaram constantemente, mas a coragem, determinação e, sobretudo, a entrega daqueles que gerem os destinos da Cercifaf e do Lar da Criança, explicam a obra que edificaram”, concluiu.
Questionado por O MINHO sobre quais os planos para o mandato relativamente à área social, Barbosa assegura “manter e reforçar os programas de apoio social tendo em vista não deixar ninguém para trás”.
“Aqueles que mais sofrem, os que menos têm, serão prioridade. É uma imposição do tempo que vivemos, um tempo que nos exige adaptação aos efeitos sociais da pandemia”, constata.
E finaliza: “Outro dos nossos compromissos é o apoio à habitação. Vamos adequar as estratégias locais de habitação a oportunidades de financiamento, de modo a responder à população mais carenciada, mas também apoiar o arrendamento jovem. Estamos determinados a combater a habitação indigna”.
