O Navio Patrulha Oceânico (NPO) Setúbal, o segundo de dois construídos nos estaleiros da WestSea, em Viana do Castelo, vai ser batizado na quarta-feira, apesar de já estar ao serviço da Marinha portuguesa desde dezembro.
Fonte da Marinha, hoje contactada pela agência Lusa, referiu que a madrinha deste navio patrulha será a investigadora da Universidade Nova de Lisboa Jessica Rachel Hallett, mulher do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, que deverá presidir à cerimónia de batismo, marcada para as 10:30, acompanhado do Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante António Mendes Calado.
Cada um dos NPO custou 60 milhões de euros e demorou cerca de dois anos a construir.
O NPO Setúbal “é o quarto da classe [do navio] Viana do Castelo, todos construídos em Portugal”, juntando-se assim ao Viana do Castelo, Figueira da Foz e Sines, atualmente no ativo. Estes navios vêm substituir as corvetas com mais de 40 anos, disse a mesma fonte.
O navio é comandado pelo comandante Rui Zambujo Madeira, mergulhador de especialização, com 42 anos e natural de Lisboa, que ingressado na Marinha em 1994.
Ao longo da sua carreira já realizou diversas missões nacionais e internacionais.
O comandante Zambujo Madeira foi o último comandante do NRP Jacinto Cândido, navio que passou ao estado de desarmamento no dia 15 de novembro de 2018.
O primeiro de dois NPO construídos pela WestSea, a subconcessionária dos extintos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), batizado com o nome Sines, foi entregue à Marinha em julho de 2018, numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, tendo como madrinha Fernanda Gonçalves Tadeu, mulher de António Costa.
Na altura, António Costa anunciou a construção de sete novos navios para a Marinha portuguesa, no âmbito da revisão da Lei de Programação Militar (LPM), adiantando que a construção será efetuada na indústria portuguesa.
O primeiro-ministro referia-se à construção de mais seis Navios de Patrulha Oceânica (NPO) e de um Navio Polivalente Logístico, investimento que disse integrar o compromisso assumido por Portugal junto da NATO de reforço do dispositivo das Forças Armadas até 2024.
Em novembro de 2018, o Conselho de Ministros aprovou a proposta de Lei de Programação Militar (LPM) para o período 2019/2030, que prevê um investimento de 4,74 mil milhões de euros.
Na ocasião, em conferência de imprensa, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, destacou que a proposta “representa um investimento muito substancial” e o “fim de um longo ciclo de depauperamento progressivo das Forças Armadas”, visando a sua “atualização e transformação”.
João Gomes Cravinho disse que dois terços dos investimentos previstos são de “continuidade” e um terço refere-se a “projetos estruturantes novos”, como a aquisição dos aviões KC-390 para substituir os C-130 da Força Aérea, com um valor de “827 milhões de euros no horizonte dos doze anos”.
Gomes Cravinho salientou ainda aquisição de seis Navios de Patrulha Oceânica para a Marinha, do Navio Polivalente Logístico, novos helicópteros, e de equipamento individual para os soldados.
De acordo com o ministro, a LPM traduz uma aposta nas missões de busca e salvamento e em equipamento que permita o duplo uso militar e civil, nomeadamente no apoio a combate a incêndios e a outras missões de natureza civil.