O ministro do Planeamento e Infraestruturas disse hoje haver “boas indicações” para a aprovação da nova travessia sobre o rio Ave, na Trofa, pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), salientando que será “complexo começar a obra” em 2019.
Em Vila Nova de Famalicão, à margem de uma visita às obras na Estrada Nacional (EN) 14, que liga o eixo Maia-Trofa-Famalicão, Pedro Marques referiu ainda que a obra na “zona mais a Sul”, na Maia, deverá “avançar em breve” faltando apenas o visto do Tribunal de Contas.
A visita àquela obra foi também acompanhada pelo presidente da Câmara da Trofa, Sérgio Humberto, que criticou a demora da aprovação da nova variante e travessia do rio Ave, lembrando que o processo está parado há três anos por divergências entre a APA e a Infraestruturas de Portugal e mostrou-se desagradado com o horizonte temporal para a nova travessia apontado pelo ministro.
“Nós considerámos que não seria adequado estar a fazer um troço da variante à EN14 para acabar no meio da Trofa porque não tínhamos a possibilidade de fazer o atravessamento do rio Ave (…). Ia congestionar todo o centro da Trofa e depois ir despejar o trânsito todo na EN14 ao pé da Trofa”, explicou Pedro Marques.
“Agora temos uma solução técnica que nos parece que será aprovada pela APA, que tem boas indicações de aprovação e, se assim for, já nos permitirá lançar o investimento relativo a toda a variante à Estrada Nacional 14”, anunciou.
Segundo o governante, a “solução técnica” que aguarda agora aprovação pela APA “sai do centro da Trofa, mas sobretudo é desenvolvida em variante à EN14, já não é como aqui [em Vila Nova de Famalicão] de duplicação do tratado atual e nesse sentido acabará por descongestionar este troço”.
Quanto a prazo para início da empreitada, Pedro Marques não apontou datas: “A minha expectativa é que a APA ainda este ano possa dizer alguma coisa sobre o atravessamento do rio Ave (…) temos a expectativa que venha a ser devidamente aprovada e depois estaremos em condições de programar as próximas fazes do investimento”, apontou.
“O processo de contratação pode acontecer (para o ano). Começar a obra para o ano é complexo”, avisou.
Confrontado com as declarações do ministro, o autarca da Trofa salientou que “este eixo Maia-Trofa-Famalicão é um eixo de empresas, de exportação, de dinamismo, muito importante e um contributo fundamental para o PIB nacional” e que “há muito tempo” a autarquia reivindica “uma variante à EN14”.
“Todos os organismos públicos têm processos morosos. Este processo já está na APA há muito tempo (…). O senhor ministro disse é que espera que até ao final do ano a APA aprove a solução e aquilo que nós esperamos é que o concurso seja lançado o mais rapidamente possível, porque é um constrangimento imenso, quer para os residentes quer para o tecido empresarial”, disse.
Sobre a previsão do Governo para que a obra não comece antes de 2020, Sérgio Humberto mostrou desagrado: “Os prazos não nos satisfazem (…) e aquilo que vamos tentar é fazer toda a pressão formal e respeitosa para ser lançado mais rapidamente possível o concurso público para a execução da ligação da Maia a Famalicão, com a travessia sobre o rio Ave”, referiu.
As obras na EN14, explicou ainda Pedro Marques, estão a ser feitas com recurso ao Orçamento de Estado, por falta de fundos comunitários para investir na rodovia, garantindo, no entanto, que a obra na zona da Maia vai ser uma realidade.
“Eu sei que as pessoas ao longo dos anos se habituaram a esperar, a ver para crer, mas essa obra está no terreno, está aqui na zona de Famalicão e estará em breve também na Maia (…) onde começará assim que um conjunto de burocracias administrativas, nomeadamente o visto do Tribunal de Contas, vier. Temos tudo preparado para que essa obra avance em breve”, assegurou.