A localização da Feira Semanal de Braga está a dividir os vendedores ambulantes, já que se uns até encaram com agrado ocupar parte da Estrada Nacional 101 (Braga-Guimarães) e o sopé do Monte Picoto, junto ao Estádio 1º de Maio, outros preferem voltar ao antigo espaço nas traseiras do novo Fórum Braga, anteriormente Parque de Exposições de Braga.
A Câmara Municipal de Braga assume a decisão de não voltar a instalar os feirantes atrás do Fórum Braga, como sendo “uma opção estratégica”, afastando-se assim da polémica que já levou o caso a ser amplamente debatido numa das últimas Assembleias Municipais.
“A Feira Semanal realizar-se-á no sopé do Monte Picoto, onde será feito um investimento de cerca de 300 mil euros para a melhoria das condições existentes”, segundo revelou a O MINHO o Gabinete da Presidência da Câmara Municipal de Braga, acerca do assunto.
“Grande parte dos feirantes presentes na Feira Semanal passará a ficar instalado no sopé do Monte Picoto, só que as partes adjacentes ao mesmo continuarão a ser utilizadas para a realização da Feira Semanal”, conforme adiantou a mesma fonte autorizada da autarquia bracarense, questionada acerca da continuação da utilização do troço da Estrada Nacional 101 (Braga-Guimarães) entre as rotundas do Parque de São João da Ponte e Monte Picoto.
“O projecto de requalificação do sopé do Monte Picoto está neste momento concluído e o espaço acolherá semanalmente a Feira de Braga, mas também será utilizado para outros fins, assumindo-se um verdadeiro espaço multiusos a céu aberto”, explicou o Gabinete da Presidência da Câmara Municipal de Braga, informando que a obra “estará concluída dentro poucos meses, sendo um espaço de apoio ao Fórum Braga e realização de eventos”.
Vozes contra e a favor
António Cabreira, de Braga, que se dedica a vender calçado, preferia voltar para o antigo terreiro do Parque de Exposições de Braga, explicando que “prometerem que este local era temporário, enquanto decorressem as obras, mas afinal agora dizem que é definitivo”.
“Isto não tem nada a ver com aquilo que era antes, porque todos os clientes sabiam onde nós estávamos a vender e agora estamos aqui todos espalhados”, disse António Cabreira.
Manuel Marques, de Braga, vendedor de roupa, m dos mais antigos profissionais da Feira de Braga, é dos que está claramente a favor do novo espaço, “virado mais para a passagem do público”, afirmando que “a feira aqui é mais visível, é uma passagem, tem parque de estacionamento, enquanto o outro local estava escondido e não tinha por onde estacionar”.
“Este novo local é mais central e sempre se realizou aqui a Feira de Braga, em diversas ocasiões, não foi só ultimamente que isso sucedeu”, acrescentou ainda Manuel Marques.
Acerca da contestação de outros feirantes, Manuel Marques estranha que “aqui coloquem problemas que por exemplo não põem na vizinha Feira de Ponte de Lima, isto é, enquanto em Ponte de Lima pagam para estar a vender no areal junto ao rio, aqui em Braga, afinal só contestam porque aqui pagam para estar na terra, se não pagassem, já estava tudo bem”.
Agostinho Azevedo, de Barcelos, vendedor de cortinados, diz “não estar contra este novo espaço se fizeram mesmo as obras prometidas aqui na zona da terra, porque ou é muito pó, ou é muita lama, estragando o nosso material, cortinados porque são muito delicados”.