Neste lar em Viana, onde morreram 9 idosos por covid, ainda não há visitas

Covid-19
Foto: RTP

A partir de hoje os lares voltam a receber visitas. Os idosos, que constituem um dos principais grupo de risco da covid-19, já podem, ainda que com muitas restrições, rever as famílias, dois meses após ter sido decretada a proibição de visitas. No entanto, não será em todos os lares que os reencontros se proporcionarão.

No Centro Paroquial de Promoção Social e Cultural de Darque, em Viana do Castelo, um dos mais afetados pela doença provocada pelo novo coronavírus, onde morreram nove idosos, ainda não há visitas para já, porque subsistem 20 casos ativos na instituição.

“Temos 20 infetados, não têm sintomas há muito tempo. Foram testados hoje novamente”, explica a O MINHO o padre Xavier Moreira.

“Antes do dia 1 não vamos abrir nada”, adianta o responsável do Centro Paroquial, sublinhando que se trata de uma decisão ponderada com a Delegação de Saúde local e justificada pelas orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) para a retoma das visitas.

“Mediante situação epidemiológica específica (local ou da instituição), pode ser determinado, em articulação com a autoridade de saúde local, a suspensão de visitas à instituição por tempo limitado”, estabelece a DGS.

“Desinfetámos o lar na semana passada. A Unidade de Cuidados Continuados não teve nenhum caso, mas decidimos também não abrir, porque ainda há casos no lar e não há nenhuma determinação para o fazer”, justifica Xavier Moreira.

“Nada será igual”

O lar do Centro Paroquial de Darque registou, entre utentes e funcionários, um total de 35 casos de covid-19.

Cinco dos idosos já estão recuperados da doença e numa ala separada dos outros 20 ainda ativos.

Nove faleceram. Além da idade avançada, tinham problemas de saúde associados. “Muitos deles já estavam numa fase bastante terminal”, nota Xavier Moreira.

Em confinamento há dois meses, os idosos “claro que sentem a falta dos familiares, têm saudades”, destaca o padre, mas mesmo nesta fase não poderia haver abraços nem beijos.

Lar foi desinfetado na semana passada

“Quem os visitar teria que estar a dois metros deles, não podem tocar e o tempo é limitado a 45 minutos. Logo que seja possível, iremos criar as condições necessárias para realizar as visitas”, diz o responsável, confirmando que, doravante, “nada será igual” no funcionamento dos lares, especialmente fustigados nesta pandemia.

“Naturalmente, trabalhar-se-á de forma diferente. É preciso criar condições para que o que aconteceu não volte a acontecer. Vai ser diferente, vai haver muito mais cuidado, muita mais proteção, até porque o vírus não vai já embora. Há que mudar as rotinas e procedimentos nesse aspeto”, aponta.

Creche abre quarta-feira

No âmbito do plano de desconfinamento do Governo, hoje também reabrem as creches. A do Centro Paroquial de Promoção Social e Cultural de Darque, que já foi desinfetada, começará a funcionar na quarta-feira.

“Era para abrir hoje, mas como as colaboradoras só fizeram teste no sábado, por uma questão de precaução, caso os resultados não chegassem a tempo, tomámos a opção de adiar dois dias”, afirma Xavier Moreira, anunciando que aquela valência espera receber já 15 crianças.

É menos de um terço do que o normal, mas um número expectável, salienta o padre, uma vez que se mantêm os apoios, até final do mês, para os pais que optem por não levar já as crianças para a creche.

Portugal regista hoje 1.231 mortes relacionadas com a covid-19, mais 13 do que no domingo, e 29.209 infetados, mais 173, segundo o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.

Em comparação com os dados de domingo, em que se registavam 1.218 mortos, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 1,1%.

Relativamente ao número de casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus (29.209), os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) revelam que há mais 173 casos do que no domingo (29.036), representando uma subida de 0,6%.

A pandemia de covid-19, que teve origem na China, já provocou mais de 315.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas.

Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.

 
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