Neptuno, o garrano de Ponte de Lima que está “a fazer história” na dressage

Começou a treinar há um ano e já tem um “percurso inédito para a raça” nesta modalidade
Foto: Susana Martins

Neptuno é um cavalo garrano nascido e criado na Coudelaria Fernando Bezerra, em Ponte de Lima, que está “a fazer história” na modalidade de dressage.

Com sete anos de idade, Neptuno começou os treinos em novembro do ano passado e só este ano começou a competir.

Em poucos meses, garantiu a qualificação para o Campeonato Nacional. A Coudelaria Fernando Bezerra congratula-se, também, com a classificação para o Troféu dos Campeões da regional, na Golegã, e para o Open em Lisboa, eventos de destaque no mundo da competição equestre, o que é considerado “um feito inédito para um garrano”.

“Como o segundo da sua raça a aventurar-se na arte da dressage, Neptuno
destaca-se não só pela força ancestral, mas pela precisão e elegância que imprime
em cada movimento e pela sua dedicação e entrega”, salienta a Coudelaria.

Foto: Susana Martins

E salienta: “Este percurso, inédito para a raça, sublinha não só a versatilidade e funcionalidade dos garranos, mas também a grandeza de uma linhagem ancestral que merece reconhecimento e preservação”.

É o segundo garrano a competir em dressage

Ariana Bezerra explica a O MINHO que Neptuno nasceu naquela coudelaria de Ponte de Lima e tem sido trabalhado pelo treinadores da escola Quinta da Boabista, à qual pertence também o primeiro garrano a enveredar pela dressage, chamado Mitro.

Neptuno é o segundo e tem conseguido “bons resultados” naquele que é o primeiro ano de competição.

A Coudelaria Fernando Bezerra trabalha apenas com garranos puros, raça autóctone que, pelo suas características, é pouco comum ver na modalidade de dressage.

Ariana Bezerra nota que tem sido feito um “trabalho para inserir garranos em modalidades desportivas”, sendo que “são muito bons na atrelagem”, pelo seu histórico de serem usados na agricultura, “mas no dressage nunca se tinha pensado”.

“Como é um cavalo de baixo estatura, não se considerava que as características morfológicas conseguissem transmitir elegância, e aparentemente não é o caso”, salienta Ariana Bezerra.

A dressage é a vertente da equitação em que se avalia a arte de montar. “Costuma chamar-se chama o ballet dos cavalos por causa da precisão dos movimento e de elegância”, ilustra.

A Coudelaria Fernando Bezerra tenta manter o padrão da raça na vertente morfológico, mas também fazendo uma seleção pelo “caráter nobre” dos garranos: “Temos machos que conseguem trabalhar com crianças de cinco, seis, sete anos. Tentamos preservar as características mais antigas dos garranos, o seu cariz nobre, como é o caso do Neptuno”.

 
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