O português Mário Machado, que se encontrava a cumprir uma medida de coação de apresentações quinzenais numa esquadra da PSP, foi autorizado pelo tribunal a ir combater na Ucrânia, estando por isso dispensado dessa obrigação.
Assumido neonazi está em vias de ser julgado num processo de incitamento ao ódio racial e violência, bem como indiciado por posse de arma proibida.
Segundo o semanário Expresso, que avança a informação, a autorização foi dada por um juiz do Tribunal de Instrução Criminal, que considerou aceitáveis os argumentos do arguido, dada a atual conjuntura internacional.
De acordo com a mesma fonte, Mário Machado irá liderar um grupo de oito portugueses que deverá sair de Portugal já no próximo domingo.
A informação foi, entretanto, confirmada à Rádio Renascença pelo advogado José Manuel Castro, que defende Mário Machado.
“O que o tribunal permitiu foi o fim das apresentações quinzenais do Mário Machado enquanto estiver a lutar na Ucrânia por razões humanitárias e caso se veja envolvido em situações de conflito e combate o que é normal numa guerra pode também combater, mas isto num aspeto defensivo”, disse à Renascença.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, desencadeando uma guerra que provocou um número ainda por determinar de baixas civis e militares.
Até ao final do dia de quarta-feira, ONU confirmou a morte de 780 civis, incluindo 58 crianças, mas tem alertado que os números reais “são consideravelmente mais elevados”.
A guerra, que entrou hoje no 23.º dia, também levou à fuga de quase cinco milhões de pessoas, mais de três milhões das quais para os países vizinhos, na pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).