Nem a chuva demove a fé. As 89 cruzes das paróquias de Barcelos voltaram a sair em procissão

Festa das Cruzes. Foto: CM Barcelos

Apesar da chuva que se fez sentir ontem, a Majestosa Procissão da Invenção da Santa Cruz, saiu às ruas de Barcelos. Este é um dos pontos altos da Festa das Cruzes, primeira grande romaria do Minho, que terminou na quarta-feira.

Aproveitando o feriado municipal, as ruas encheram-se para ver as cruzes das 89 paróquias do concelho (desde 2013, com a reorganização administrativa, o concelho passou de 89 para 61 freguesias, mas a tradição religiosa mantém-se). A cerimónia foi presidida por José Cordeiro, arcebispo de Braga.

Após o ritual religioso, a Festa das Cruzes encerrou com o concerto do Coral Magistrói acompanhado por orquestra.

A lenda

A primeira grande romaria do Minho tem a sua origem no Milagre das Cruzes. Segundo a lenda, contada no site da Câmara, em 1504, sob o reinado de D. Manuel I, numa sexta-feira, dia 20 de Dezembro, por volta das 09:00, o sapateiro João Pires regressava da missa da ermida do Salvador. Ao passar no campo da feira de Barcelos, observou na terra uma Cruz de cor preta. Como não quis guardar só para si aquilo que considerou ser um sinal sagrado, alertou o povo, que depressa veio ao local.

As cruzes apareciam sob a forma de uma nódoa negra que ia crescendo até se formar uma cruz perfeita, em que a cor não ficava só à superfície, mas penetrava em profundidade na terra. Por mais que se cavasse, sempre se achava.

O “milagre da cruz” originou uma forte devoção popular. Nesse mesmo ano, no local de aparecimento da cruz, foi erguido um cruzeiro em pedra com as dimensões da cruz miraculosamente aparecida. O fervor religioso que gerou foi tal que a população o demonstrou com procissões e ofertas. Estas iriam ser aplicadas na construção de uma ermida logo no ano seguinte – 1505, para a qual um rico comerciante de Barcelos ofereceu a imagem flamenga do Senhor da Cruz.

A imagem do Senhor da Cruz é uma imagem de tamanho quase natural, de madeira de carvalho, dos inícios do século XVI. Apenas o rosto e as mãos estão pintadas.

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