O navio museu Gil Eannes, atracado em Viana do Castelo, vai encerrar a visitas, durante uma semana, para servir de cenário à rodagem de uma longa-metragem intitulada “9 Dedos”, revelou hoje a fundação que gere a embarcação.
Em comunicado, a Fundação Gil Eannes informou que o navio museu vai estar fechado a visitas “de 09 e 14 outubro devido às filmagens de uma coprodução franco-portuguesa“, sendo voltará a reabrir ao público no dia 15.
O filme, das produtoras “10:15 Production” e “O Som e a Fúria”, tem realização de FJ Ossang e interpretação de Paul Hamy, Damien Bonnard, Pascal Greggory, Gaspard Ulliel, Alexis Manenti, Diogo Doria, Lionel Tua, Lisa Hartmann.
Fonte da Câmara de Viana do Castelo adiantou que além do navio museu, as filmagens, iniciadas este mês, incluem o zimbório do Templo de Santa Luzia e o Castelo Santiago da Barra, entre outros locais.
Na sinopse do filme, fornecida por aquela fonte, lê-se que a longa metragem “9 Dedos” é “um misto de ficção científica e filme ‘noir'”.
“O filme ‘9 Dedos’ assemelha-se a um filme inspirado numa estética de banda desenhada, em que seguimos o nosso herói numa busca pela sobrevivência num mundo que pode ser cruel e, também, por um sentido para a sua vida”, refere o documento.
A história passa-se a bordo de um cargueiro à deriva e envolve a personagem principal Magloire e o ‘gang’ Kurtz.
Em 2008 o navio foi o cenário principal da longa-metragem “O Assalto ao Santa Maria”, da produtora Take 2000, com realização de Francisco Manso e argumento de Vicente Alves do Ó e João Nunes.
Aquele filme “retrata o histórico assalto ao paquete Santa Maria, uma original operação de denúncia dos regimes ditatoriais de Portugal e Espanha perpetrada em 1961 por 24 exilados políticos dos dois países, liderados pelos capitães Henrique Galvão e Jorge Sotomayor, com o apoio expresso do general Humberto Delgado.
Em 2009 acolheu a rodagem do filme “O Cônsul de Bordéus”, baseado na vida de Aristides de Sousa Mendes e realizado por Francisco Manso e João Corrêa.
O ator Vítor Norte desempenhou o papel de Aristides de Sousa Mendes, o diplomata português que, à revelia de António de Oliveira Salazar, o presidente do governo da ditadura, atribuiu cerca de trinta mil vistos a refugiados perseguidos pelo regime nazi, em 1940.
Em maio de 2016, o navio construído há 60 anos nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) foi palco da peça de teatro “Anjo Branco”, pelo Teatro do Noroeste – Centro Dramático de Viana, que destacou o papel histórico que desempenhou no apoio aos pescadores portugueses enquanto navio hospital.
Em julho, a fundação que o gere apresentou as novas funcionalidades que quer ver exploradas como forma de rentabilizar a embarcação, 18 anos depois de ter sido resgatada da sucata e transformada em museu.
Congressos, desfiles e até ‘sunset’ são algumas das propostas.
Em agosto, o navio Gil Eannes “bateu o recorde” de visitas, considerado o “melhor mês de sempre”, com 18.042 pessoas.
Segundo números divulgados em setembro pela fundação, a embarcação “obteve de janeiro a agosto deste ano 49.860 visitas, ultrapassando assim o número de visitantes obtidos durante todo o ano de 2015 que encerrou com 47.659”.
Este ano, o museu passou a disponibilizar aos visitantes a zona hospitalar como a sala de operações, sala de esterilização, sala de desinfeção, laboratório de análise, RX de emergência e ainda, duas enfermarias.
Além do museu, desde 2014 o navio passou a ser também sede do Centro de Mar, num investimento de 550 mil euros, com áreas temáticas dedicadas à sustentabilidade dos oceanos, à proteção das espécies e sensibilização para a proteção do mar.
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