O presidente do Comité Militar da NATO, o almirante Robert Bauer, insistiu hoje na necessidade de investir na aliança militar e na sua modernização tecnológica para estar preparada para a guerra dos “bits e ‘bots’”.
“A guerra hoje tanto é feita de bits e ‘bots’ como de lama e sangue”, disse Robert Bauer, na abertura da uma reunião dos responsáveis militares dos Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), na sede da organização, em Bruxelas.
O almirante da Marinha dos Países Baixos lembrou que há um ano ainda era possível discutir com os responsáveis militares russos, mas “um ano mais tarde, o mundo é um lugar diferente”.
A NATO entrou numa “era para a qual está preparada”, em que a guerra não é feita apenas nas trincheiras, por isso apelou à modernização das capacidades tecnológicas de Defesa dos Estados-membros.
A “guerra brutal e sem sentido na Ucrânia” podia acabar hoje “se o Presidente Putin assim o desejar”, mas como essa decisão ainda está distante a aliança tem de continuar a “proteger as regras e ordem internacionais”, argumentou.
“Estamos preparados para aumentar a nossa presença quando e onde for necessário, e mostrámos que não somos mais do que uma aliança militar de segurança. Numa base diária encontramos consenso entre 30, daqui por um tempo 32, nações e garantimos que o que é politicamente desejável é militarmente concretizável”, acrescentou.
Bauer não antecipou o que poderá ser decidido sobre o reforço do apoio militar a Kiev e sobre o papel que a NATO vai continuar a desempenhar no conflito que está quase a completar um ano.
O presidente do Comité Militar da aliança lamentou ainda a morte de 18 pessoas, “incluindo três elementos do Governo [ucraniano] e sete crianças, num acidente de helicóptero nos arredores de Kiev” e advogou que, apesar de não haver qualquer suspeita de sabotagem russa, o acidente é mais uma recordação “da destruição sem sentido desta guerra”.