Ativou o modo silencioso do ‘drone’, subiu-o bem alto, até perto de uma antiga chaminé industrial em Valença e foi surpreendido. David Moreira encontrou quatro crias de cegonhas a serem alimentadas pela progenitora com “delicadeza e amor”.
O autor das imagens, partilhadas com O MINHO, explica que registou pela primeira vez este ninho no início de março e apenas conseguiu identificar uma cegonha.
Esta manhã, voltou ao mesmo lugar, junto à estação ferroviária da cidade, e ficou “sem palavras”.
“Ativei o modo silencioso do ‘drone’, como quem pede licença à natureza, para não perturbar este momento sagrado. E ali fiquei, apenas a observar… testemunha de um milagre silencioso, simples, mas profundamente comovente. A natureza tem o dom de nos lembrar do essencial, do tempo certo, do cuidado, do instinto, da beleza que acontece longe do barulho do mundo. Hoje, fui apenas olhos e coração”, disse David Moreira.
De acordo com o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), a cegonha-branca (Ciconia ciconia) reproduz-se em regime de casal monogâmico, por vezes de duração sazonal. “Ambos constroem o ninho e cuidam das crias até estas atingirem o estado de desenvolvimento que lhes permita tornarem-se independentes”, lê-se no documento “Plano Sectorial da Rede Natura 2000”.
“Os ninhos podem ser ocupados pelos mesmos casais de ano para ano”, explica o ICNF.
Apesar de serem mais comuns no centro e sul do país, nos últimos anos têm sido avistados um maior número de ninhos desta espécie na região do Minho.
O Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal atribuiu o estatuto de conservação “Pouco Preocupante” à população portuguesa nidificante de cegonha-branca.
