A maternidade do Hospital de Famalicão, no Centro Hospitalar do Médio Ave, registou o nascimento de 135 bebés durante o mês de setembro, um dos números mais elevados desde que há registo, mas o funcionamento deste serviço continua em risco, depois de um grupo de peritos ter recomendado ao Governo o seu encerramento.
Eduardo Oliveira, vereador da oposição na Câmara de Famalicão eleito pelo PS, e que também é enfermeiro naquele serviço hospitalar, adiantou o número de nascimentos do mês passado, apontando uma “tendência de aumento no número de partos que se irá consolidar” com o tempo.
O também deputado na Assembleia da República eleito pelo circulo eleitoral de Braga reuniu com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, que lhe terá dito que “nenhuma maternidade será encerrada sem que o relatório seja analisado ao pormenor”, referindo-se ao documento elaborado pela comissão de especialistas que está a avaliar a situação das obstetrícias e maternidades públicas do país.
Eduardo Oliveira, em comunicado enviado às redações, adiantou ainda que questionou, esta sexta-feira, o ministro da Saúde sobre o eventual encerramento, apresentando dados “recentes sobre a maternidade que serve a população de três concelhos (Famalicão, Trofa e Santo Tirso), o que representa cerca de 250 mil pessoas”.
“Conheço muito bem a qualidade do trabalho de excelência desenvolvido na maternidade de Famalicão e a sua importância para o concelho e para a região e, por isso, defendo que a maternidade do Centro Hospitalar do Médio Ave não seja encerrada e continue a ser uma referência no Serviço Nacional de Saúde, em prol do nosso compromisso com a população”, conclui o socialista.
Esta quarta-feira, o ministro da Saúde garantiu, em entrevista à RTP, que até ao final deste ano nenhuma maternidade vai encerrar, sublinhando estar neste momento concentrado em assegurar que o sistema funciona. Manuel Pizarro adiantou que a decisão vai ser tomada no próximo ano pela direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, organismo liderado por Fernando Araújo.