Declarações após o jogo Boavista-Vitória SC (2-1), da 27.ª jornada da I Liga de futebol, disputado na sexta-feira no Porto:
– Moreno Teixeira (treinador do Vitória SC): “Houve duas partes diferentes. O Boavista esteve melhor na primeira e nós muito melhor do que o adversário na segunda.
Na primeira parte, tivemos dificuldade no controlo da profundidade, também por alguma falta de agressividade dos nossos homens da frente. Mesmo assim, o Boavista não criou grandes chances. Nós criámos duas, mas penso que eles foram melhores do que nós.
Ao intervalo, tentámos passar alguma tranquilidade aos atletas. A equipa respondeu e fomos melhores, tivemos duas oportunidades e fizemos o golo do empate. Continuámos melhores do que o Boavista, mas sofremos o 2-1. Sem querer tirar mérito ao jogador do Boavista, temos de nos responsabilizar por um lance que não pode suceder a este nível.
Esse lance nasce de uma bola parada a nosso favor, que não foi batida como devia nem nos permitiu estar equilibrados como devíamos. Foram erros mesmo muito infantis e não me vou agarrar à média de idades ou ao passado dos jogadores. Mesmo em níveis mais baixos de competição, não podemos cometer erros como esses que já temos cometido.
Não temos de arranjar desculpas. Há que perceber que os erros foram nossos e crescer. Tenho vindo a falar disto, mas vivemos de pontos e de resultados e a verdade é que não os temos conseguido. Sinceramente, fica a sensação de um resultado injusto para nós.
Por responsabilidade nossa, pusemo-nos neste lugar. Não sei se isso nos está ou não a condicionar, mas, mais importante do que olhar para os pontos, importa corrigir os erros neste momento e tentar melhorar a qualidade de jogo. No final, as contas irão ser feitas.
Não nos focámos muito na questão europeia. Agora, não nos escondemos e sabemos a responsabilidade de representar este clube. O passado é realmente grande e o Vitória é histórico, mas temos de estar conscientes de que o presente teve alguma dificuldade. Por isso, temos de ser muito ponderados e não focar em metas muito para a frente, mas no nosso presente, que é melhorar o nosso jogo e não cometer tantos erros”.
– Petit (treinador do Boavista): “Foi um jogo bem conseguido da nossa parte. Penso que entrámos bem, a pressionar alto e a meter intensidade dentro do nosso ADN, com uma equipa junta, compacta e solidária. Fizemos um golo, tivemos mais uma oportunidade e duas ou três chegadas em que poderíamos ter definido melhor. O adversário ainda tem um ou outro remate, mas não criou muito perigo e fomos tomando conta das incidências.
No segundo tempo, não entrámos bem. Estivemos hesitantes e nervosos nos primeiros minutos, com algumas perdas de bola a gerarem alguma tremedeira. Soubemos reagir, reorganizámo-nos e continuámos a fazer o nosso trabalho. Tivemos várias ocasiões pelo Yusupha, que proporcionou a defesa da noite [ao guarda-redes vimaranense Celton Biai], além de um lance em que o Róbert Bozeník é agarrado quando se isolava e o Ibrahima Bamba podia ter vindo para a rua mais cedo. Foi uma vitória justa dentro do nosso ADN.
Houve jogos em que pormenores fizeram a diferença e cometemos alguns erros que nos levou a sofrer golos. Somos a quinta equipa com mais golos marcados [do campeonato], mas a segunda com mais sofridos. Tentámos minimizá-lo ao máximo, mas é muito difícil bater esta equipa quando está ligada à corrente. Estivemos ligados com os adeptos, até quando sofremos o golo [do empate], mudámos o sistema para ir à procura da vitória e fomos felizes, porque acreditámos até ao fim do jogo que podíamos levar os três pontos.
Nunca falei em pontos, mas na ambição de querer sempre algo mais, melhorar os atletas individualmente para o coletivo ser mais forte e olhar para cima, sabendo o que está em baixo. Esse é o nosso trabalho diário. Não estávamos a ganhar, mas também estamos perto dos lugares mais cimeiros. Foi importante regressar às vitórias, já que trabalhar em cima delas ajuda os jogadores a ganharem mais confiança, mas temos de ser humildes.
Ele [Gaius Makouta] tem vindo a fazer esse trabalho sobre remates de fora da área e livres [nos treinos], a par de outros companheiros de equipa. Tem essa boa característica nos livres, está a melhorá-la e deu-nos a vitória com um grande golo.
Gosto [do ambiente nos jogos entre os dois clubes], porque também vivi isso quando era jogador. Foi um bom jogo entre duas equipas a tentar ganhar. Quando se está envolvido nesta atmosfera, as coisas tornam-se melhores. Quando se ganha, ainda mais felicidade temos. Foi bom também para os adeptos, porque vínhamos de um período menos bom e tínhamos de nos reerguermos. Vocês sabem aquilo que representam estes duelos entre Boavista e Vitória de Guimarães. São sempre especiais, mas só somámos três pontos”.