Declarações após o jogo Vitória SC – Marítimo (1-0), da 13.ª jornada da I Liga de futebol, que decorreu hoje em Guimarães.
Moreno (treinador do Vitória SC): “A mudança tática ao intervalo só aconteceu porque o Mikel [Villanueva] se ressentiu da lesão, fomos quase obrigados a fazer essa mudança.
É uma vitória justíssima da nossa parte, não me recordo de um lance de perigo do Marítimo, que teve posse, cantos e livres, mas lances de perigo não me lembro.
Sem termos o controlo de jogo, e isso é responsabilidade minha, tivemos algumas oportunidades de golo, finalizámos uma, não conseguimos marcar mais e deixámos o jogo vivo. Não sei se mereço os profissionais que temos, porque eles são excelentes, do melhor que há no campeonato, com todas as alterações a que fomos obrigados a fazer, três substituições forçadas, eles deram esta resposta. Na qualidade de jogo, a responsabilidade é total do treinador, nos 23 pontos a responsabilidade total é dos jogadores.
Não entro nunca em comparação com coisas do passado, nenhum treinador teve as condições que nós tivemos [no Vitória], nunca existiu um início de ano como este. Orgulho-me muito de ser vimaranense, mas o Moreno é treinador de futebol e do Vitória, mas há ciclos e sei que não vou ser treinador do Vitória para sempre e um dia que vá para outro clube, porque tenho família, a minha forma de liderar e a paixão serão exatamente iguais.
Tudo o que se passou nos últimos cinco meses ainda mexe comigo. Tenho de agradecer a duas pessoas, ao antigo presidente Miguel Pinto Lisboa, que me deu a oportunidade de treinar a equipa B, e ao nosso atual presidente, António Miguel Cardoso, por ter tido a coragem de nos chamar, porque era mais confortável chamar um treinador mais experiente.
Espero que a equipa nunca perca esta transpiração. Falta tranquilidade aos nossos homens da frente, mas é normal, não é num ‘click’ que as coisas e fazem. O André Silva, por exemplo, esteve dois meses parado. Nunca perdemos o equilíbrio, valorizo muito isso. O passado diz-me que, neste tipo de jogos, o Vitória saía daqui com zero pontos, porque ia querer marcar e depois desequilibrava-se lá atrás.
O Tiago Silva, além de um grande jogador, é um grande ‘capitão’. Vejo-o mais como um ‘box to box’ do que como um ‘10’ que joga muito perto da área. Ele tem equilíbrio defensivo e chegada à área, tem que rematar mais vezes à baliza”.
João Henriques (treinador do Marítimo): “Não tivemos [grandes ocasiões] e o Vitória também não, foi um jogo muito fechado, as equipas foram mais fortes no processo defensivo e o jogo foi desbloqueado por aquele remate fora da área. Depois, arriscámos mais e houve aquele remate ao poste do Anderson e uma ou outra situação para as duas equipas, mas houve poucas oportunidades.
Quando cheguei, o Marítimo tinha bastantes golos sofridos e temos que começar por algum lado. Primeiro, quisemos sustentar algo que é decisivo para ganhar jogos, porque se sofremos cinco, temos que marcar seis.
Na primeira parte, fomos muito agressivos, o Vitória não conseguia sair, mas faltou critério no último passe e tivemos más decisões. Não estamos ainda a conseguir fazer coisas que o contexto da tabela classificativa prejudica também, mas nos últimos jogos a equipa tem vindo a crescer e a fazer coisas boas, a preparar o próximo passo. Faltou-nos aquilo que o Tiago [Silva] fez.
Podia ter acontecido golo em qualquer uma das balizas e quem teve mais critério ganhou. Já somos competitivos no jogo, vamos criando as nossas oportunidades.
O resultado mais correto seria o empate, porque as equipas equivaleram-se. Se tivéssemos definido melhor algumas transições podíamos ter sido nós a fazer o golo, não fizemos, fez o adversário, que tem uma equipa boa e que em casa é muito forte, mas hoje os seus adeptos estiveram muito calados, sinal de que o Marítimo fez as coisas bem”.