Não são toleradas mais ilegalidades na Caniçada por receio de novos acidentes mortais

Fuzileiros retiraram imenso material que podia matar banhistas
Não são toleradas mais ilegalidades na caniçada por receio de novos acidentes mortais

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) revelou a O MINHO terem sido retiradas dos ancoradouros clandestinos todos os apetrechos ilegais e perigosos existentes na Albufeira da Caniçada, na zona da Costa da Barca, da freguesia de Rio Caldo, em Terras de Bouro, mas continua muito atenta às movimentações naquela zona e voltará, caso seja necessário, até porque todos os anos têm ocorrido casos mortais, precisamente na zona onde já atuou.

Em resposta às questões, colocadas por escrito, a APA admitiu a O MINHO poder voltar à mesma zona se as atividades ilegais forem retomadas, até por “estarem já em instrução vários processos de contraordenação referentes ao estacionamento ilegal de embarcações, bem como outros processos administrativos, tendentes à reposição da legalidade, medidas que são tomadas sempre que se verificam situações ilegais ou irregulares nessa albufeira”.

Esclarecendo a operação levada a cabo pelo Destacamento da GNR da Póvoa de Lanhoso, com a Equipa de Proteção da Natureza e do Ambiente em Zonas Específicas (EPNAZE) e em simultâneo do Corpo de Fuzileiros, sob supervisão da APA, a Agência Portuguesa do Ambiente referiu a O MINHO “traduzir-se na retirada de poitas e boias utilizadas para a amarração e o estacionamento de embarcações na Albufeira da Caniçada, prática que é proibida pelo regulamento do Plano de Ordenamento da Albufeira da Caniçada (POAC)”.

Não são toleradas mais ilegalidades na caniçada por receio de novos acidentes mortais
Embarcação da GNR continuará a patrulhar a zona da Caniçada. Foto: O MINHO

Segundo a APA, “a questão do estacionamento de embarcações, através de bóias, poitas ou dispositivos similares, em violação do POAC, tem vindo a preocupar a APA, atenta a pressão e congestionamento provocado sobre o espelho de água da Albufeira da Caniçada e o receio de graves acidentes”, até por terem já ocorrido situações mortais naquela zona.

A APA somente recorreu à GNR e à Armada depois de “mediante a afixação de um edital, desencadear um procedimento para a remoção de todas as boias, poitas ou dispositivos similares, localizados no plano de água da Albufeira da Caniçada, advertindo que em caso de incumprimento, desencadearia o mecanismo previsto na lei por forma a assegurar a reposição da situação, procedendo-se à remoção coerciva de todas essas boias, poitas ou dispositivos similares, do Plano de Água da Albufeira da Caniçada, podendo para o efeito recorrer à força pública, tendo sido essa ação de reposição coerciva da legalidade aquela que foi levada a cabo nos dias 17, 18 e 19 de março de 2022”, tendo estado presentes, tal como O MINHO então já noticiou, entre outras individualidades, o chefe de Estado Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, a par do à data ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, já que aquele Ministério tutela a APA.

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Fuzileiros retiraram imensas material que podia matar banhistas. Foto: O MINHO

“Com essa ação de reposição da legalidade foram retiradas todas as poitas e boias que se encontravam identificadas e localizadas no plano de água da Albufeira da Caniçada”, de acordo com a APA, que continuará a acompanhar as eventuais atividades ilegais na zona.

“A ação de reposição da legalidade na Albufeira da Caniçada foi da responsabilidade da APA, entidade que gere o domínio público hídrico”, segundo o mesmo esclarecimento, pois admitia-se ter havido qualquer intervenção da Câmara Municipal de Terras de Bouro.

Zona e pessoas que é preciso proteger

Segundo recorda a APA, o território abrangido pelo Plano de Ordenamento da Albufeira da Caniçada abrange um troço do rio Cávado e a confluência com os rios Caldo e Gerês, estando parcialmente inserido na área do Parque Nacional da Peneda-Gerês, caracterizado por uma grande riqueza paisagística, identificando-se áreas de floresta, áreas agrícolas e áreas silvo-pastoris”, impondo-se assim proteger toda a zona e as pessoas que ali acorrem.

Na área da Albufeira da Caniçada o povoamento é essencialmente disperso, caracterizado pela existência de diversos aglomerados urbanos, essencialmente distribuídos na margem esquerda do rio Gerês, na margem direita do rio Caldo e nas imediações dessa barragem.

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Uma pequena parte das boias e poias já retiradas pelos Fuzileiros. Foto: O MINHO

A área envolvente à albufeira da Caniçada bem como o seu plano de água constituem um local de forte procura, suportada por vários fatores, nomeadamente as suas características físicas e paisagísticas, proximidade ao Parque Nacional da Peneda-Gerês e igualmente da Vila e Termas do Gerês e ao Santuário de São Bento da Porta Aberta, em Terras de Bouro.

O ordenamento do plano de água e zona envolvente procura conciliar a forte procura desta área com a conservação dos seus valores ambientais e ecológicos e o aproveitamento dos recursos através de uma abordagem integrada das potencialidades e limitações do meio, com vista à definição de um modelo de desenvolvimento sustentável para o território, diz.

 
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