Declarações no final do encontro Sporting-Famalicão (1-2), da sexta jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado no Estádio José Alvalade:
João Pedro Sousa (treinador do Famalicão): “Não estou surpreendido de maneira nenhuma. O trabalho diário diz-me que estamos preparados para jogos de grau de dificuldade elevado. Sabíamos que este jogo ia ser muito difícil, mas entramos para os jogos, seja qual for o adversário, sempre para vencer. Sabemos que não vamos vencer os jogos todos e que não vamos acabar em primeiro lugar, mas sabemos que vamos lutar pela vitória em todos os jogos e é para isso que trabalhamos toda a semana.
Analisámos muito bem o Sporting e conseguimos perceber a forma como o Sporting ia entrar e o que é certo é que tivemos algumas dificuldades na primeira parte. Preparámos a equipa para atrair o losango do Sporting para o jogo exterior e depois entrar em jogo interior. Não o conseguimos fazer, mas depois, com uma pequena alteração de posicionamento, a segunda parte foi completamente nossa. Foi uma segunda parte deliciosa, conseguimos dominar o jogo e penso que foi um resultado justíssimo.
Alterámos o posicionamento do Gustavo. Estrategicamente, começámos a construir na primeira fase de construção com os laterais ligeiramente mais baixos, tendo em conta a pressão do Sporting, mas as coisas não estavam a sair. Percebemos que o terceiro homem da primeira linha de pressão do Sporting saltava várias vezes e então colocámos o Gustavo nas suas costas. A partir do momento em que saltámos a primeira linha de pressão do Sporting sentimo-nos muito à vontade no jogo e chegámos ao domínio. Todas as vitórias são importantes. Com certeza que esta enche-nos de orgulho e motivação, mas olhamos para esta vitória como as vitórias anteriores.
[Sobre uma eventual ambição europeia] É muito cedo. Enquanto não chegarmos ao grande objetivo da manutenção, não vamos pensar em mais nada.”
Leonel Pontes (treinador do Sporting): “Fizemos uma primeira parte de qualidade. Conseguimos impor bom futebol e desgastar o adversário. Na segunda parte, não queríamos baixar as linhas. O golo deixou a equipa intranquila. A equipa desequilibrou-se, perdeu energia e capacidade.
A substituição [do Vietto] acabou por ter um efeito negativo na equipa e nos adeptos, criou uma onda negativa e a equipa perdeu capacidade de chegar à baliza do adversário. Acabámos por sofrer o golo do Famalicão naquele erro infeliz. Tomei uma decisão que não funcionou e teve um efeito demasiado grande no grupo e nos adeptos. No meu pensamento, o Jovane era um jogador mais potente e rápido. O efeito da substituição acabou por ser grande. Muitas vezes tomamos más decisões. Não deu para ajustar. Gostaríamos que o efeito fosse o contrário, mas a equipa não conseguiu reagir ao impacto da substituição.
[Sobre o momento negativo de Coates] Às vezes é difícil explicar estes momentos. Mais do que ninguém, o jogador está a sentir este momento. Tive uma conversa com ele sobre este passado recente. Não consigo controlar, é um azar. Foi um reajustamento defensivo e foi igual ao outro jogo. Não conseguimos muitas vezes perceber porque acontece, mas temos de defender o Coates enquanto profissional, trabalha muito bem e é um internacional uruguaio.
Entrei nesta equipa a trabalhar no dia 04 de setembro, tenho percebido o evoluir do grupo. Há coisas difíceis de explicar. Esta equipa conseguiu ter duas caras: uma muito boa na primeira parte e uma menos boa na segunda. Não tenho dúvidas da qualidade dos jogadores. Precisam de algum tempo de trabalho.
[Sobre a contestação à equipa e ao presidente Frederico Varandas] Estou aqui a comentar o jogo e há questões fora do jogo que não vou comentar. De certeza que vamos falar sobre o futuro e sobre o que serão os próximos dias. Falamos todos os dias. É normal – ganhando ou perdendo – falar todos os dias [com o presidente]. São questões internas. Estamos à sexta jornada e há muito campeonato pela frente.”