Declarações após o jogo da quarta jornada da I Liga de futebol entre Gil Vicente e SC Braga (0-0), que decorreu hoje em Barcelos:
– Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): “Entrada forte e depois houve uma quebra? Sim, era previsível, depois de um jogo na quinta-feira para uma competição europeia, a equipa vinha moralizada pela passagem e a estratégia passava por fazermos uma entrada forte e fazer um golo pelo menos e só faltou mesmo isso, porque tivemos 20 ou 30 minutos de um nível muito alto, não deixámos o Gil Vicente dar três passes seguidos. Depois, caímos um pouco na parte final da primeira parte. Na segunda, depois de termos arriscado e corrido muito para fazermos um golo, isso paga-se, mesmo que não tivéssemos jogado na quinta-feira, não é possível jogar 90 minutos a pressionar sempre.
O Gil Vicente teve as melhores oportunidades de golo, sem dúvida, mas a nossa equipa foi estoica. Arriscámos com dois avançados e uma das consequências era poder partir-se e foi aí que o Gil Vicente criou perigo em transição. Retificámos e voltámos a controlar o jogo, mesmo sem grandes ocasiões de golo. A equipa mostrou enorme espírito de sacrifício. Termina um ciclo longo, muito difícil e com muitas contrariedades.
Não vou pelas ausências, mas o Paulo Oliveira foi a jogo com dois treinos, o Bambu fez uma semana de trabalho, o Niakaté não está nas melhores condições, o Zalazar também, mas é o que é.
Frustração por não saltar para a segunda posição e cair para a sexta? Claro que sim, queremos estar nos lugares da frente. Tivemos um jogo muito difícil e exigente na quinta-feira, de um grande desgaste físico e mental, fizemos uma viagem mais demorada do que é normal e poucas horas depois estávamos aqui a competir a um grande nível, tiro o chapéu aos jogadores.
O Yuri Ribeiro é mais um que treinou uma semana e meio, não estava a treinar com nenhuma equipa, precisaria de três semanas. Isto não é normal, mas as circunstâncias são estas, teve que avançar e teve esse lance que foi determinante para termos um ponto. Vai ter tempo para se integrar, vamos recuperar lesionados e vamos regressar mais fortes depois da paragem.
Benéfica a paragem? Eu estou todo roto e sou treinador, imagine-se os jogadores que estão a jogar 90 minutos seguidos há semanas. Estou desgastadíssimo, vinha de férias e entrei a mil. Ainda bem que vem esta paragem, dá para respirar”.