O treinador do Vitória SC, Luís Castro, falou na habitual conferência de imprensa, após a histórica vitória deste sábado à noite, no Estádio do Dragão, contra o atual campeão nacional FC Porto, por 3-2, após virar um resultado desfavorável de 2-0.
“Na primeira parte, não conseguimos ter bola e o segundo golo que acabámos por sofrer retirou-nos também um pouco a energia para podermos atuar durante o intervalo, mas, como já tinha acontecido noutras partidas, demos uma resposta positiva.
Na segunda parte, já conseguimos ligar o jogo, variar os corredores, os jogadores trabalharam até à exaustão e tivemos uma eficácia muito grande em termos do que foram as nossas oportunidades.
Andávamos muito amargurados por aquilo que nos tinha acontecido. Este não era o cenário ideal para nos levantarmos, era extraordinariamente difícil, mas conseguimos, graças ao acreditar na possibilidade de somarmos pontos. Não nos podíamos entregar ao resultado.
(Sobre a falhar nas comunicações do videoárbitro no primeiro tempo) Quando um jogador se lesiona, entra outro, e o futebol português tem de arranjar mecanismos para que isto não se repita. O sistema hoje não respondeu a uma falha que aconteceu, e podia ter acontecido com o FC Porto também.
Não devemos ficar eufóricos por ganhar ou ficar deprimidos com as derrotas. Não nos podemos desviar do nosso caminho. Hoje, a satisfação é maior pela forma como os jogadores se entregaram ao jogo e à forma como os adeptos nunca vacilaram.
(Sobre o sucesso das substituições) O Davidson ia entrar quando fizemos o 2-2 e, até isso acontecer, acabei por lhe dizer que íamos arriscar agora para tentar ganhar. Futebol também é muito de intuição, deu certo hoje e a vida é assim.”
Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, também falou aos jornalistas:
“Falhámos algumas coisas importantíssimas que nos permitiram ser campeões nacionais na época passada, faltou-nos agressividade, faltou-nos intensidade.
É certo que o Vitória mal chegou ao nosso terço defensivo, mas podíamos e devíamos ter feito mais. Não estava contente ao intervalo com o 2-0 e passei isso aos jogadores.
No segundo tempo, falhámos o terceiro golo e o jogo abriu no lance infeliz do Sérgio (Oliveira) na grande penalidade.
O jogo estava a pedir outra coisa, mas tive alguma limitação com as lesões. Ainda tivemos várias situações na parte final, mas, sinceramente, para aquilo que fizemos no jogo, a derrota é justa.
Não é facilitar, mas uma das características que nos reconheciam e realçavam é que, mesmo a ganhar, a equipa não tirava o pé do acelerador. É preciso ter sempre humildade e respeito pelo adversário, por mais confortável que o resultado seja. Depois do 2-0, senti a equipa com pressa de acabar o jogo e sem muita alegria.
(Se as lesões de Corona e Brahimi podem levar o FC Porto ao ‘mercado’) Falo sempre a mesma coisa. Começaram as competições oficiais e não vou falar nisso.
(Sobre os aplausos que os adeptos dispensaram aos jogadores no final do jogo) Temos de ser nós a puxar, a agradecer e a justificar a presença das quase 50.000 pessoas que aqui estiveram. O público merecia outro tipo de imagem neste jogo.”
O Vitória somou os seus primeiros pontos no campeonato, num estádio onde já não pontuava desde 2014/2005.