A Associação Veteranos Lanceiros de Portugal (AVLP), sediada em Guimarães, inaugura, no próximo sábado, a Casa do Lanceiro, no Convento de Santo António dos Capuchos (Hospital Velho). O espaço, além de um ponto de encontro dos militares daquela especialidade de cavalaria será também um museu militar.
A Cidade Berço passa a contar, a partir do próximo fim de semana, com um museu castrense, fruto de uma parceria entre a AVLP e a Santa Casa da Misericórdia. Serão exibidas peças de índole militar, da coleção particular de Cláudio Monteiro, um ex-lanceiro, membro da Associação, e outras já adquiridas pela AVPL ou doadas por antigos militares.
“A Casa do Lanceiro é um espaço museológico único em sedes associativas de veteranos militares portugueses, será visitável em nome da memória militar do Exército Português. Aqui pretende-se homenagear os Lanceiros de Portugal, mas também outras especialidades do Exército”, afirma Fernando Rego, presidente da AVLP.
Os lanceiros surgiram, em Portugal, durante a guerra civil, no século XIX. Eram chamados, naquela altura, Regimento de Lanceiros da Rainha. Depois de terem desempenhado diferentes funções dentro das especialidades de cavalaria, foi-lhes confiada a missão, em 1953, de criar uma companhia de Polícia Militar. Gradualmente, esta tornou-se a missão específica do Regimento.
Os lanceiros estiveram presentes em todos os conflitos em que Portugal esteve envolvido, desde que foram criados, desde a Grande Guerra à Guerra Colonial. Nos anos 90 do século passado, esta especialidade esteve em missões internacionais de apoio à paz: teve forças destacadas na Bósnia Herzegovina (1998-1999), Kosovo (1999/2000) e Timor-Leste (2001- 2002).
Em 2012, o Regimento de Lanceiros n.° 2 projetou uma Companhia de Force Protection, integrando forças do Corpo de Fuzileiros e de Polícia do Exército, com destino ao teatro de operações do Afeganistão, sendo responsável pela segurança e controlo de acessos ao aeroporto de Kabul.
A Casa do Lanceiro abre as portas, sábado, na presença do presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, do provedor da Santa Casa da Misericórdia de Guimarães, Eduardo Leite, que rubricou o protocolo de cedência das instalações, e de delegações militares representando os Regimentos de Lanceiros nº2 e Cavalaria 6.
A cerimónia terá início junto à estatua de D. Afonso Henriques (patrono do Exército Português), com o Coro do Orfeão de Guimarães a cantar o hino de Guimarães e o hino de Portugal, segue depois para a Casa do Lanceiro, onde serão abertas as portas do espaço museológico pela primeira vez. A cerimónia oficial termina com uma homenagem aos lanceiros falecidos na “Estrutura de homenagem”, no jardim envolvente do Santuário da Penha.
O museu passará a ser visitável, “numa primeira fase por marcação, uma vez que a Associação ainda não dispõe dos meios para ter uma pessoa em permanência no local”, esclarece o presidente da AVLP.