O museu da água ao ar livre do rio Vez, em Arcos de Valdevez, vai estar pronto em setembro de 2018, orçado em 350 mil euros e financiado por fundos comunitários, anunciou esta terça-feira o presidente da Câmara local.
Em declarações à agência Lusa, o autarca João Manuel Esteves (PSD) adiantou que “os trabalhos já estão em curso e passam pela recuperação do património ambiental e arquitetónico situado nas margens do rio Vez”.
Numa primeira fase, explicou, os trabalhos de criação do museu da água ao ar livre centram-se no troço do rio Vez situado entre a sede do concelho e a freguesia de Vilela”, sendo que o investimento ronda os 350 mil euros, financiado pelo programa operacional Norte2020“.
Posteriormente, o projeto incidirá no troço do rio entre a freguesia de Vilela e a aldeia de Sistelo, com um montante de investimento idêntico ao da primeira fase.
A aldeia de Sistelo, considerada o pequeno Tibete português, foi eleita em setembro uma das “7 Maravilhas de Portugal”, na categoria de Aldeia Rural.
Encaixada no fundo de um vale, situado às portas do Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG), a aldeia integra a Rede Natura.
Os socalcos verdes, junto ao rio Vez, representativos “da relação que o homem desenvolveu com a natureza e a forma como a moldou”, as casas típicas, os moinhos e os espigueiros são “marcas de um passado com centenas de anos”.
A classificação da paisagem cultural de Sistelo, em Arcos de Valdevez, como sítio de interesse nacional/monumento nacional foi proposta este ano pela Câmara de Arcos de Valdevez ao Ministério da Cultura e é “fundamentado num parecer da secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura”.
Para João Manuel Esteves, o futuro museu de água ao ar livre vai “reforçar, renovar e ampliar o papel de Arcos de Valdevez como porta da mais importante reserva da biosfera existente no noroeste peninsular – o Parque Nacional Peneda-Gerês /Parque Transfronteiriço Gerês/Xurés”, sustentou o autarca.
Com a criação daquele museu, aquele concelho do Alto Minho “pretende preservar o mais possível as condições naturais do território e as marcas da atividade humana que, durante séculos, soube, de uma forma equilibrada, tirar partido da água e dos ecossistemas que lhe estão associados, transformando este vasto património em pilar do desenvolvimento socioeconómico do concelho”.
A intervenção, com prazo de execução de 10 meses, inclui a criação de infraestruturas de caráter turístico-cultural, a renaturalização e preservação da galeria ripícola do rio Vez, potenciando a valorização paisagística das margens e a defesa dos ‘habitats’, a promoção do turismo de natureza numa lógica de complementaridade com as ofertas já existentes e que são uma aposta estratégica do concelho”.
Com a criação daquele museu, o município pretende “potenciar o aumento do número de visitantes, dinamizando a hotelaria, a restauração, as empresas de prestação de serviços ligadas ao ambiente e ao comércio”.
Aquele projeto de valorização do rio Vez tem ainda como objetivo “potenciar os 20 quilómetros da ecovia construída nas margens daquele curso de água, dando-lhe uma nova atratividade e visibilidade”.
“O objetivo é recuperar um conjunto de infraestruturas hidráulicas e colocá-las ao dispor do público que poderá passear pela ecovia e ser informado da importância de todo aquele património”, explicou João Manuel Esteves.