Mural que “perpetua sorriso de Neno” inaugurado no Estádio D. Afonso Henriques

Homenagem
Foto: VSC

O mural de homenagem a Neno, que visa “perpetuar o sorriso” do antigo guarda-redes internacional pela seleção portuguesa de futebol, que morreu em 10 de junho de 2021, foi hoje inaugurado no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.

O pano que cobria a obra elaborada por Miguel Mazeda ‘caiu’ por volta das 19:00, ouvindo-se uma salva de palmas das mais de 200 pessoas que assistiram à cerimónia, entre as quais o presidente do Vitória SC, Miguel Pinto Lisboa, o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, e a viúva do ex-futebolista e dirigente dos vitorianos, Simone Barros.

Foto: VSC

Depois de exibido o mural em que se vê Neno, de sorriso no rosto, a envergar uma camisola amarela de guarda-redes com o símbolo do clube de Guimarães, a companheira do antigo guardião por mais de três décadas agradeceu, em seu nome e no da filha de ambos, Juliana Barros, a homenagem realizada pelo Vitória e pela comissão do centenário do clube minhoto, fundado em 1922.

“Deixo um agradecimento enorme ao Vitória, que foi a casa do Neno, minha e da nossa filha, por tantos anos. Obrigado a todos os envolvidos que vivem o desporto como o Neno vivia. Esse sorriso abraça a cidade de Guimarães e o Vitória”, realçou, numa declaração com lágrimas pelo meio.

Foto: VSC

Antes de se revelar o ‘graffiti’ numa das fachadas exteriores do estádio, entre as bancadas Sul e Nascente, o presidente do Vitória frisou que o dia de hoje, em que Neno faria 60 anos, caso estivesse vivo, é de “saudade”, até pelo ambiente “festivo” com que se viviam os seus aniversários, mas também uma forma de “perpetuar” o antigo guarda-redes no quotidiano da cidade nortenha.

“Hoje, voltámos a sentir o peso da sua ausência, mas o sorriso do Neno perpetua-se, com o valor simbólico desta homenagem do Vitória e da comissão do centenário. Vivemos com ele tantos momentos inesquecíveis. Queremos que o Neno se mostre à cidade que o abraçou e acolheu como um dos seus. Torna-se assim uma presença diária para todos os vitorianos e vimaranenses”, salientou Miguel Pinto Lisboa.

Diante de uma plateia que incluía ainda o plantel vitoriano que compete na I Liga portuguesa de futebol, o presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, o presidente da Associação de Futebol de Braga, Manuel Machado, e o cônsul de Cabo Verde no Porto, Carlos Machado, o dirigente acrescentou que o antigo futebolista era um “fator de união” no mundo do futebol.

Já o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, realçou que Neno foi, ao mesmo tempo, um “grande guarda-redes”, quer ao serviço de Barreirense, Vitória de Guimarães, Benfica e Vitória de Setúbal, quer da seleção das ‘quinas’, e “homem bom”, que ensinava as pessoas a “amarem mais o futebol” e a “saberem viver”.

“Foi um guarda-redes de ar felino e ágil, com uma forma de estar em campo exemplar. Distinguia-se pelo cavalheirismo. Sempre nos habituamos a ver no Neno uma pessoa especial. Deixa um testemunho que se vai perpetuar na vida do Vitória e na da família. Ficará sempre connosco”, assinalou.

Foto: VSC

O responsável máximo pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, frisou que o antigo guarda-redes sobressaía “pelo carinho e pelo compromisso” como que se envolvia nos projetos.

“O que Neno era dentro do campo era aquilo que era fora do campo. Em 2015, quando abraço esta carreira como dirigente [na Liga], o primeiro telefonema que recebi foi do Neno. Incentivou-me. Quando pensámos no programa de embaixadores do futebol português, foi a primeira pessoa convidada”, confessou, antes de oferecer ao presidente do Vitória a camisola de Neno alusiva a essa iniciativa da Liga.

Em representação dos jogadores vitorianos, o extremo Rochinha frisou que a “homenagem demonstra a grandeza de Neno”, pessoa que, no dia a dia do clube vimaranense, era “muito mais do que um funcionário”, carregando um “imenso sorriso” que será “eterno”.

Foto: VSC

Nascido em 27 de janeiro de 1962, na Cidade Velha, em Cabo Verde, Adelino Barros, conhecido como Neno no futebol, morreu a 10 de junho de 2021, em Guimarães, vítima de morte súbita.

Formado no Barreirense, o antigo guarda-redes representou ainda o Vitória SC, como futebolista e dirigente, o Benfica e o Vitória de Setúbal, tendo contabilizado nove internacionalizações com a camisola de Portugal.

 
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