No entanto, menos 5.2% do que a média nacional.
Os 14 municípios que compõem o distrito de Braga ficaram a dever 10% dos compromissos assumidos em 2014, menos 5,2% do que a média nacional, indica o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses hoje analisado e comentado em Barcelos.
Numa sessão destinada a alunos universitários, bem como agentes camarários e comunidade em geral, o presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), João Carvalho, e coordenador do Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses fez uma análise do equilíbrio entre a despesa e a receita dos orçamentos das câmaras do distrito de Braga, tendo concluído que todas juntas receberam 455,7 milhões de euros, menos 108 milhões do que aquilo que previam (574,4 milhões de euros), tendo-se comprometido com o valor de 507,6 milhões.
“Ou seja, se pensarmos em Braga, nos concelhos do distrito, em comparação com a média nacional, a diferença não é muito significativa. Em Braga [referindo-se ao distrito, logo somando o que 14 municípios não puderam pagar em função dos compromissos assumido e da receita recebida] 52 milhões de euros ficaram por pagar”, disse João Carvalho sobre um indicador que na prática mostra se orçamentos camarários são ou não inflacionados.
O presidente do IPCA referiu que o distrito registou no ano passado uma dívida global de 311 milhões de euros, a menor dos últimos anos. Em 2009, a divida global estabelecia-se nos 413 milhões de euros. À banca, estes municípios devem cerca de 201 milhões de euros, enquanto 15 milhões correspondem a novos empréstimos.
Segundo o relatório apenas duas autarquias – Vizela e Vieira do Minho – estão a pagar aos fornecedores num prazo superior a 90 dias, enquanto em 2007 eram sete as câmaras com este indicador. Atualmente Celorico de Basto, Esposende e Fafe são os municípios que pagam em menos dias.
Em resumo, o prazo médio de pagamentos a nível nacional, ou seja totalizando os 308 municípios portugueses, é de 111 dias, enquanto o distrito bracarense paga em média em 52 dias.
Neste distrito são três os municípios que estão acima do limite autorizado pelo Estado para endividamento: Vizela, Vieira do Minho e Celorico de Basto. Do lado oposto, “em situação mais confortável” conforme adjetivou João Carvalho, estão Fafe, Vila Nova de Famalicão e Esposende.
Quanto a empresas municipais e intermunicipais o distrito tem 18, dias delas em processo de dissolução, sendo que a dívida destas entidades representa 44% da dívida global, ou seja “sobra” 56% para as câmaras, algo contrário ao panorama nacional. São 560,3 milhões de euros de divida global no distrito de Braga se foram consideradas as empresas municipais.
Em análise esteve um distrito com 848.115 habitantes, o que corresponde a 8,5% do total da população portuguesa. O concelho com mais habitantes é o de Braga, enquanto o menos populoso é o de Terras do Bouro.
No total 7.003 pessoas trabalham nas 14 câmaras analisadas, o que corresponde a 1,7% da população ativa do distrito, um número também inferior à média nacional que é de 2,3%.