Municípios do Alto Minho preocupados com retirada de helicóptero em período crítico

Deslocalizado para Arcos de Valdevez
Municípios do alto minho preocupados com retirada de helicóptero em período crítico
Foto: Ivo Borges / O MINHO / Arquivo

A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho manifestou hoje preocupação com a deslocalização de um helicóptero de combate a fogos de Arcos de Valdevez para Portalegre, reclamando reforço de meios em caso de agravamento da situação meteorológica ou operacional.

“Torna-se essencial que, em caso de agravamento da situação meteorológica ou operacional, o dispositivo distrital de combate a incêndios seja reforçado com celeridade, nomeadamente com a afetação de meios aéreos e terrestres adequados às especificidades do território”, refere a CIM do Alto Minho.

Em comunicado enviado à agência Lusa a propósito da decisão do Governo de atenuar a ausência de cinco meios aéreos no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2025, a entidade que agrega os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo refere que “a solidariedade para com outras regiões do país é inquestionável, mas espera-se que, perante uma necessidade concreta, o Alto Minho possa contar com igual atenção e reforço atempado de meios”.

Na quarta-feira, o secretário de Estado da Proteção Civil disse que para mitigar a ausência de cinco meios aéreos no DECIR 2025 vai ser deslocado um dos dois meios aéreos, que ainda está em manutenção, do heliporto de Arcos de Valdevez para Portalegre.

“Temos tido dificuldades que decorrem de situações que nos ultrapassam, designadamente o concurso da Força Aérea que ficou deserto e nos impossibilita de, no curto prazo, ter todos os meios disponíveis que gostaríamos de ter”, disse Rui Rocha aos jornalistas durante visita à Base de Apoio Logístico de Castelo Branco.

Para a CIM do Alto Minho, com sede em Ponte de Lima, a retirada do meio aéreo acontece “em plena preparação para o período crítico de incêndios” numa “das zonas do país com maior risco e histórico de incêndios rurais e florestais, em especial devido à sua vasta mancha florestal, relevo acidentado, dispersão populacional e à presença do Parque Nacional da Peneda-Gerês, uma área de elevado valor ambiental, social e económico”.

Com uma área total de 222 mil hectares, o distrito de Viana do Castelo tem 208 freguesias, 99 das quais (8,9% do total do país) consideradas prioritárias na prevenção de fogos florestais e onde estão identificados 1.185 lugares prioritários.

A CIM do Alto Minho adianta que, “apesar da manutenção nos Arcos de Valdevez de um meio aéreo, mantém uma postura de vigilância ativa face aos desafios que se avizinham”.

“Compreendendo a necessidade de uma gestão equilibrada dos meios a nível nacional e expressando solidariedade para com outras regiões que, nesta fase, possam estar mais vulneráveis, o Alto Minho deverá manter um dispositivo robusto e preparado para enfrentar possíveis ocorrências”, sustenta.

Realça ainda “o esforço incansável de todos os operacionais envolvidos na prevenção e combate aos incêndios – bombeiros, sapadores florestais, forças de segurança, técnicos e voluntários – que, ano após ano, têm sido determinantes na proteção de pessoas, bens e ecossistemas”.

A CIM Alto Minho, constituída em outubro de 2008, engloba os municípios de Arcos de Valdevez (PSD), Caminha (PS), Paredes de Coura (PS), Ponte de Lima (CDS-PP), Valença (PS), Viana do Castelo (PS), Vila Nova de Cerveira (PS), Ponte da Barca (PSD), Monção (PSD) e Melgaço (PS).

O DECIR 2025 previa 79 aeronaves, mas, neste momento, a poucos dias da entrada em vigor da fase Delta, considerada a mais crítica (a partir de terça-feira e até 30 de setembro), falta garantir cinco meios aéreos.

A partir de terça-feira, Portugal pode também contar com uma parelha de aviões médios anfíbios Fire Boss, no âmbito do programa rescEU, para atuar sempre que as capacidades de resposta nacionais sejam insuficientes perante situações extremas.

Estes meios envolvem um investimento de cerca de 2,6 milhões de euros, financiados a 75% pela Comissão Europeia, e permitem um reforço das capacidades no combate aéreo a incêndios rurais.

 
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