O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse hoje à Lusa ter dado entrada nos serviços municipais um pedido de informação prévia de um promotor estrangeiro interessado nos terrenos de uma empresa de tapetes fundada nos anos 60.
“Deu entrada na Câmara de Viana do Castelo um pedido de informação prévia para construção e reordenamento do espaço ocupado pela empresa Somartis, com três funções, uma unidade hoteleira, um supermercado e um restaurante. Não sabemos quais são as insígnias desses equipamentos, mas estamos a analisar o pedido”, afirmou José Maria Costa.
Em causa estão 13 mil metros quadrados de terreno, situados na entrada norte da cidade, junto à Estrada Nacional (EN), onde está instalado o armazém da empresa Somartis, fundada nos finais dos anos 60 por um engenheiro belga que veio trabalhar como consultor de métodos de trabalho nos extintos Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC).
Na altura, a empresa, muito procurada por espanhóis, chegou a ter uma fábrica de tapetes que foi, entretanto, desativada. Atualmente, funciona apenas como armazém de venda de tapeçaria e artesanato.
Nos anos 80, a aposta do empresário na exposição de animais raros, como tigres, lamas, macacos entre outros, era motivo de verdadeiras romarias à Somartis.
Contactado hoje pela Lusa, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, admitiu ser “importante revitalizar aquela zona de entrada da cidade”.
“É uma área de terreno considerável que não está rentabilizado faz todo o sentido que haja um projeto para revitalizar o tecido urbano da zona onde está situada aquela antiga unidade industrial de tapetes. Atualmente já não tem a atividade que de há uns anos”, referiu.
Segundo José Maria Costa, trata-se de uma zona da cidade “com boas acessibilidades” e que o “projeto de requalificação apresentado tem algumas funções que fazem falta numa zona urbana”.
“Estamos a analisar o pedido do ponto de vista urbanístico. É um investimento importante e, nesta fase, em que é preciso reativar a economia é um investimento que estamos a acompanhar com muito interesse”, referiu.
Contactado pela Lusa, o filho do proprietário da empresa Somartis, Johan Stevens, explicou “existir uma proposta de uma promotora imobiliária holandesa para investimentos ligados à restauração, hotelaria e ramo alimentar, mas que a venda está dependente do desfecho do projeto que deu entrada na autarquia”.
“Não é só o edifício da empresa como todos os terrenos na envolvente. As negociações estão a decorrer”, afirmou.
A empresa Somartis foi, em 2001, a última concessionária do elevador de Santa Luzia antes de adquirido, reabilitado e reativado pela Câmara de Viana do Castelo em 2007.
Nas imediações da empresa está situado o antigo matadouro de Viana do Castelo que a autarquia tenciona transformar em arquivo municipal.
Desde 2004 que é intenção da Câmara de Viana do Castelo reconverter o antigo matadouro municipal, desativado há décadas. O edifício foi inaugurado em 1926 e encontra-se atualmente em avançado estado de degradação.