Multinacional espanhola vai mesmo fechar e atirar 250 trabalhadores para o desemprego em Valença

Com dívida de 7 milhões
Foto: DR / Arquivo

A assembleia de credores da fábrica Cablerias, declarada insolvente e com uma dívida de cerca de sete milhões de euros, aprovou hoje por unanimidade a liquidação da empresa de Valença, disse hoje a advogada de 49 trabalhadores.

“A empresa já não é viável e, na assembleia de credores, não foi apresentado qualquer plano de recuperação”, afirmou Ana Filipe, no final da assembleia realizada em Viana do Castelo.

A Cablerias de Valença tem cerca de 250 trabalhadores, sobretudo mulheres.

“Os trabalhadores saem daqui com a noção de que empresa não é viável e que o encerramento terá de acontecer. Mas também sabem que grande parte dos seus créditos podem ser cobertos pelo fundo de garantia salarial”, disse a advogada.

Ana Filipe indicou que a empresa de componentes para o setor automóvel tem uma dívida de cerca de cinco milhões de euros “especialmente a empresas de trabalho temporário” e cerca de dois milhões de euros de dívida a trabalhadores, o que totaliza sete milhões de euros.

“A empresa não tem ativo para fazer face às dívidas”, resumiu.

Ana Filipe explicou que a empresa de Valença também é “credora da empresa mãe em Espanha, que era o principal cliente”.

“A divida deles para a Claberis portuguesa é à volta de 1,5 milhões de euros”, indicou.

A fábrica de Valença “não encerra este mês”, mas a advogada disse acreditar pouco no aparecimento de algum interessado em comprar a empresa.

“A empresa continua a trabalhar, não encerrou definitivamente. No próximo mês far-se-á a avaliação de encomendas. À partida este mês não encerra. Em fevereiro logo se verá”, afirmou.

De acordo com o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA), a empresa foi declarada insolvente a 27 de novembro de 2024.

“A situação da empresa foi-se agudizando, não por falta de trabalho mas sim por dificuldade em se financiar junto dos investidores e na dificuldade em fazer face aos seus compromissos financeiros”, descreveu o SIMA, em comunicado.

O sindicato disse que a situação é “transversal às unidades que operam também em Espanha e em Marrocos”.

“Se, num primeiro momento, ainda poderia almejar encontrar um investidor que aceitasse recapitalizar a empresa, atualmente essa hipótese parece remota”, referiu o sindicato.

 
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