O Tribunal de Braga condenou a 20 anos de prisão o homem julgado por ter matado a ex-mulher com 18 facadas naquela cidade. O crime, que foi premeditado, dado que Paulo Dias Fernandes comprou o canivete antes de a convidar para conversarem, com o intuito de a matar, comoveu a sociedade bracarense, que se manifestou nas ruas, pois a vítima era pessoa conhecida enquanto funcionária do Theatro Circo.
O assassínio deu origem ao movimento ‘Mulheres de Braga’, o qual, no dia seguinte ao do crime, promoveu uma vigília junto ao Theatro Circo contra a violência doméstica. Dias depois, um grupo de cidadãs manifestou-se com cartazes e pinturas na parede do edifício do Tribunal contra a decisão de um juiz de instrução de não prender um homem suspeito de tentar violar uma filha menor. E voltou no começo do julgamento da Gabriela. O movimento constituiu-se, em março, em associação com o mesmo nome.
20 anos de cadeia para homem que matou ex-mulher à facada em Braga
A O MINHO, a sua presidente, Emília Santos, disse que a pena de 20 anos “é, em princípio, justa”, mas considerou “lamentável” que um homem prefira ser assassino porque deixou de mandar na mulher. “É a teoria, muito latina, de que mais vale ser homicida do que ser corno”, ironizou.
E a concluir, disse: “Assisti ao julgamento e constatei que ele foi para lá tentar vender umas tretas e dizer que a amava, como se amor e homicídio fossem a mesma coisa”.
Emília Santos discorda, no entanto, com a possibilidade prevista na lei de cumprir apenas metade da pena: “Matam e só cumprem metade? Há que mudar, penso eu, o Código Penal neste capítulo, o dos homicídios com violência doméstica”.