Uma mulher que seguia sozinha, ao início da tarde deste sábado, numa avenida da cidade de Braga, foi abordada por um homem com pronúncia brasileira, que, com a exibição de uma pistola num saco de papel, terá tentado raptar, colocando a mão sobre a nuca da vítima, como se fossem dois namorados, para não levantar suspeitas, mas a mulher conseguiu fugir.
A PSP dirigiu-se para o local imediatamente, com agentes fardados e à paisana, mas ainda não identificou o suspeito, já que não foi captado por qualquer das câmaras de filmar da zona, nem mesmo nas imagens da Cadeia Regional de Braga, situada a poucas dezenas de metros do local da ocorrência, que se deu na Avenida Artur Soares, freguesia de São Vicente.
Depois de ter colocado um alerta nas redes sociais, a vítima, com cerca de 30 anos de idade, relatou a O MINHO aquele que foi o maior susto da sua vida, mas na condição de o fazer sob anonimato, porque continua bastante assustada, até por continuar sem se saber se o indivíduo estaria sozinho ou contava com algum tipo de comparsa e carro nas proximidades.
No sábado, por volta das 13:20, a mulher descia pela Avenida Artur Soares, despreocupadamente, quando sentiu “alguém que parecia estar” a segui-la, “enquanto passava por cima do viaduto sobre a variante”. Pensou que fosse “impressão” sua e continuou a andar, até que alguém lhe colocou a mão na nuca. Aí pensou que fosse o seu marido.
“Mas quando me virei vai logo que afinal era um desconhecido, só o vi a mostrar uma pistola, dentro de um saco de papel, dizendo-me para eu ter calma e que se tudo corresse bem, então no dia seguinte eu estaria de volta ao mesmo local e sem problemas, sempre a agarrar-me como se fossemos pessoas próximas”, começou por explicar a vítima a O MINHO.
“Ele só não queria que pegasse no telemóvel, nem que olhasse para a cara dele, disse-me em tom de dar ordens para que eu seguisse com ele, porque nada de mal me aconteceria, mas eu então percebi o perigo que corria e arriscando levar um tiro, achei melhor era fugir, consegui libertar-me dele, fui sempre a correr, atravessei a rua e refugiei-me no Café Duarte”, explicou a mulher, ainda não refeita do maior susto da sua vida, já três dias depois de ter sofrido uma tão insólita situação.
As palavras que a jovem não esquece foram as proferidas pelo criminoso: “se tudo correr bem amanhã você volta”. Mas, perante a fuga da vítima, o homem continuou a descer a Avenida Artur Soares, só que agora já em passo acelerado, dirigindo-se à esquerda, pela Rua Cónego Manuel de Aguiar Barreiros, em direção ao Bairro da Misericórdia, evitando assim passar por onde havia mais pessoas, que estavam dentro da Urbanização das Amoreiras, igualmente na freguesia de São Vicente.
Apesar de ter fugido das imediações sem correr, o indivíduo levantou algumas suspeitas, devido ao seu ar comprometido, tendo várias testemunhas sido unânimes na descrição das suas caraterísticas, tratando-se de um homem com cerca de 40 anos de idade, moreno, de cabelo e barba curtos, vestindo calças de ganga azuis e ‘t-shirt’ branca, correspondendo assim ao mesmo indivíduo que tentou raptar a jovem na Avenida Artur Soares e segundo a vítima, “tinha pronúncia brasileira”.
PSP não comenta
Entretanto, o Comando Distrital de Braga da PSP, contactado por O MINHO, limitou-se a referir que pelo menos para já não comenta a situação, mas sabe-se que depois de inúmeras diligências, durante a tarde deste sábado, com agentes da Esquadra de Intervenção Rápida, além dos elementos de serviço em carros-patrulha e da Brigada Permanente da Esquadra de Investigação Criminal, o caso continua a ser tratado pela PSP e com prioridade.