Mulher insulta e bate em carrinha de técnico da NOS em Vila do Conde: “Brasileiros aqui são merda”

Aqui perto

Uma mulher proferiu insultos xenófobos contra um técnico de telecomunicações brasileiro e ainda embateu, propositadamente, com o seu automóvel na carrinha de trabalho deste, na quarta-feira, em Vila do Conde. A vítima alega que a mulher também lhe passou com o carro por cima de um pé, ainda antes de começar a filmar o vídeo, que foi parar às redes sociais. Já foi apresentada queixa na GNR.

“Brasileiros aqui são merda” e “estes filhos da p**a de merda” são algumas das frases xenófobas que a mulher dirige a Kleyton Emmel. E ainda vai mais longe: “No país deles é tudo merda, vêm para aqui e pensam que é igual, estão habituados às favelas”.

Pode ver-se no vídeo que, enquanto além de proferir estes insultos, a mulher embate, propositadamente, por duas vezes, na carrinha do técnico de telecomunicações, que estaria mal estacionada, abandonando, depois, o local.

Como justificação para os atos violentos e xenófobos, afirma: “Estou aqui há mais de dez minutos para ir buscar uma pessoa doente e não consigo”. “Estou aqui há muito tempo a tocar para alguém vir tirar esta merda”, acrescenta, notoriamente exaltada.

Ia instalar alarme numa casa

Contactado por O MINHO, o técnico da NOS alvo da fúria da mulher conta que tudo se passou, na quarta-feira, na rua Joaquim Cerqueira da Costa, em Junqueira, Vila do Conde, quando ia instalar um alarme na casa de um cliente.

“Quando cheguei ao local, aquilo são ruas estreitas, tentei encontrar a melhor forma para estacionar a carrinha. Estacionei-a junto a um muro, a um portão de uma casa devoluta, que não tinha entrada. Esperei por dois carros para ver se dava para passar, passou um carro de um lado e do outro. Dá para passar carros, pronto, está bom. Nisto, fui para dentro da casa do cliente, vejo o que é preciso, e volto para buscar as coisas ao carro. Quando saí, demorei para aí dois ou três minutos no máximo, estava a fulana dentro do carro aos gritos, que não tinha educação estar o carro ali”, começa por relatar.

Kleyton Emmel diz que “não era que ela não conseguisse passar com a carrinha ali estacionada, mas não conseguia fazer a manobra” para sair, porque, entretanto, estava no local também um camião. Quanto à pessoa doente que a mulher diz ter ido buscar, diz que “é o jovem que está do lado dela, que desceu até à rua”.

“Passou com o carro por cima do meu pé”

Ainda antes de o técnico de telecomunicações começar a gravar o vídeo, que entretanto foi parar às redes sociais, a mulher, fazendo manobras, bateu-lhe por duas na carrinha de trabalho. Foi então que Kleyto se colocou à frente do carro para tirar fotografia à matrícula e a condutora terá investido o carro contra ele.

“Andou com o carro para cima de mim e eu saltei para o lado. Ela ainda passou com o carro por cima do meu pé. Estava com biqueira de aço, não aconteceu nada no dedo, mas no peito do pé ficou um bocado inchado”, relata Kleyton Emmel, residente na Póvoa de Varzim, notando que foi aí que decidiu começar a gravar o vídeo.

“Comecei a gravar porque percebi que a coisa ia ficar feia, ela tinha uma tesoura na mão”, justifica, sublinhando que tem três testemunhas.

“Só quero que ela arranje o carro”

“Fiquei tão mal que sentia vontade de vomitar. Tomo medicação para ansiedade, e no meio daquilo fiquei em choque, deu-me uma crise de ansiedade”, conta Kleyton, acrescetando que foi a própria mulher a chamar a GNR, mas quando os militares chegaram ao local, ela já se tinha ausentado.

O técnico de telecomunicações foi ao médico, tendo feito um raio-x e tomado injeções para as dores. Ontem, registou a queixa na GNR e hoje irá ao Instituto de Medicinal Legal.

Kleyton Emmel está em Portugal desde 2009. “Já levei insultos, sei que há pessoas que são desse jeito, agora estragar aquilo que me custa pagar, isso não”, afirma, salientando que só gravou para ter provas do que a mulher disse e fez, porque nem sequer tem redes sociais.

“Eu não quero nada, só quero que ela arranje o meu carro”, conclui.

 
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