Três pessoas foram detidas pelo presumível crime de tráfico de pessoa para fins de exploração laboral e escravidão, anunciou hoje a Polícia Judiciária.
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A vítima, uma mulher de 36 anos com um filho menor, encontrava-se escravizada pelo grupo há 23 anos na cidade de Castelo Branco, e vivia num anexo da habitação dos suspeitos em condições desumanas.
A mulher era obrigada a trabalhar sem qualquer tipo de remuneração em várias campanhas agrícolas, e ainda tinha que entregar as prestações sociais que mensalmente recebia.
Segundo a PJ, os arguidos, todos da mesmao família, agiam de forma concertada e organizada desde há vários anos a esta parte, e vinham recrutando pessoas fragilizadas, com carências económicas e em processos de exclusão social, que ludibriavam com promessas de emprego bem remunerado, em explorações agrícolas em Espanha e Portugal.
Intermediavam junto de vários empregadores o fornecimento deste tipo de mão de obra, mantendo as vítimas controladas sob ameaça e coação, ficando na posse da quase totalidade dos proventos auferidos, através da apropriação do dinheiro que os empresários lhe entregavam para pagamento dos salários.
Na vertente do acolhimento e estabilização emocional da vítima e do filho, a investigação contou ainda com a colaboração das Equipas Multidisciplinares Especializadas de Assistência a Vítimas de Tráfico de Seres Humanos.
Os detidos, dois homens e uma mulher, com 35, 52 e 53 anos de idade, foram presentes às autoridades judiciárias para primeiro interrogatório, ficando sujeitos à medida de coação de prisão preventiva.