O Ministério Público do Tribunal de Braga investiga uma queixa por alegada violência doméstica feita por uma mulher de 40 anos, contra o marido, de 70. Que se diz em risco de vida. Mas o visado, nega.
A mulher disse que o companheiro, de apelido Leite, algum tempo depois do casamento – realizado há quatro anos – lhe começou a infligir maus-tratos psicológicos e, mais recentemente, físicos, tendo-a agredido em novembro, com um murro causando-lhe um homatoma num olho e uma lesão na língua. Tê-la-á, ainda, fechado em casa, facto que – assegura – foi verificado por uma patrulha da GNR chamada a propósito.
Ao todo, apresentou nove queixas na PSP e na GNR, mas, até agora, vinha desistindo, por razões de compaixão: “desta vez vou até ao fim; ele persegue-me na rua e por via telefónica”, afirma. Na PJ está, também, uma outra queixa por posse de armas.
Entre outras atitudes de pressão que o homem terá tomado, está a de ter escrito uma carta para a loja onde trabalha, criticando-a e pondo em risco o seu emprego: “querem-me dispensar, sem motivo”, acentua.
Há dias, o alegado agressor telefonou para o 112 alertando para o facto da mulher – que entretanto saiu de casa para ir viver com um familiar – estar “alcoolizada e em risco de vida”. A ambulância deslocou-se ao local, em vão.
A mulher sente-se “aterrorizada” e diz que a médica do Instituto de Medicina Legal que a observou considerou que “corre risco de vida”.
O MINHO contactou o marido, que nega a prática de atos de violência e acusa a companheira de ser alcoólica e ter problemas comportamentais. Confirma que chamou o INEM por ter estado a falar com ela ao telefone e ter percebido que estava alcoolizada. Sobre o hematoma no olho, contrapõe que a mulher é hemofílica, pelo que, qualquer toque lhe provoca afluxo de sangue.
“Tenho aqui várias decisões judiciais em que ela reconhece que mentiu nas queixas que fez sobre mim”, garante.