Uma doente do Hospital de Braga, de seu nome Carla Ferreira, de 47 anos, e residente na cidade, queixa-se de que terá de esperar um ano e meio a dois anos pela colocação de um mamilo, após uma operação de extração de uma mama (mastectomia) feita num Hospital Privado, da CUF, em novembro de 2022.
“Não se compreende, nem é aceitável que me tenha sido marcada consulta médica para dezembro de 2023, o que me leva a suspeitar que a colocação do dito mamilo só sucederá para o fim de 2024”, lamenta em declarações a O MINHO, frisando que que a operação foi feita num hospital privado, com cheque do Hospital de Braga, dado que neste não havia capacidade de resposta.
A utente, que padeceu de cancro na mama desde 2020, diz que a colocação do mamilo seria “o fim de um longo calvário pessoal”, pelo que aguarda com ansiedade o termo do processo: “Uma intervenção simples demora tanto tempo? Porquê?”, insiste.
Hospital diz que data é a mais “adequada”
O MINHO contactou o Hospital e recebeu a seguinte resposta da Administração: “Avaliadas as informações reportadas saliente-se que, em 2021, foi realizada, no Hospital de Braga, uma cirurgia no âmbito de uma especialidade clínica. Nessa sequência e após consulta neste Hospital, realizada em abril de 2022, a utente foi inscrita, nessa data, para uma cirurgia reconstrutiva, tendo sido intervencionada, com recurso a um vale cirúrgico – numa unidade de saúde externa, conforme escolha da utente – em novembro de 2022”.
E acrescenta: “Em consulta realizada em janeiro de 2023, não presencial, a utente informou que se encontrava a ser seguida pela unidade de saúde externa por razões relacionadas com a intervenção cirúrgica aí realizada, pelo que, atendendo às informações prestadas, se considerou adequado o agendamento de uma consulta para dezembro de 2023, entendimento, aliás, que o Serviço de Cirurgia Plástica mantém à data de hoje”.
E, a concluir: “O Conselho de Administração do Hospital de Braga assumiu o compromisso de prestar cuidados de saúde de excelência, permanece determinado em melhorar os índices de desempenho, visando sempre o superior interesse dos utentes”.
Alicerçando a sua atividade “nas melhores práticas clínicas, numa relação de proximidade e numa gestão caraterizada pela qualidade, competência, rigor, eficiência e diferenciação, o Conselho de Administração aposta permanentemente na adoção de medidas que melhorem a qualidade e a eficácia dos serviços prestados aos utentes”.
Perguntas sem resposta
Apesar disso, a unidade hospitalar publica não respondeu a todas as perguntas que O MINHO lhe endereçou, a saber: “Qual a lista de espera na área da Oncologia?”; “Quanto tempo médio de espera para uma consulta?” e “Quanto tempo para uma operação?”.