O Ministério Público pediu, esta manhã, no Tribunal de Braga, nas alegações finais, uma pena de prisão efetiva para cinco dos 12 arguidos julgados por traficarem droga em Braga em algumas zonas de Barcelos.
Os cinco fazem parte de um grupo de sete que estão em prisão preventiva. Quanto aos outros dois, o magistrado pediu a absolvição de um e a condenação a pena suspensa de outro, Pedro Moreira – este defendido pelo advogado João Ferreira Araújo.
Para os restantes cinco foi, também, solicitada a aplicação de uma pena inferior a cinco anos, logo suscetível de ser suspensa.
O julgamento decorreu no Centro Cívico de Palmeira, por razões de segurança sanitária.
Sete arguidos confessam traficar droga junto a cafés, escola e gasolineiras em Braga
A acusação concluiu que traficavam estupefacientes nas zonas de Maximinos e de Ferreiros, mormente junto a cafés e pastelarias, junto à Escola Frei Caetano Brandão, ao pavilhão desportivo de Ferreiros, ao estacionamento do hipermercado Leclerc, no Parque Radical ou perto da loja dos CTT e da estação de comboios. Recorriam ainda, de noite, às gasolineiras da Repsol, da BP, ao parque do Continente e às zonas de Gualtar e de Gondizalves. Iam, também, ao bairro das Parretas e estendiam-se a Martim e Pousa, em Barcelos.
500 vendas
Para além dos telemóveis, usavam as redes sociais, o Messenger, Instagram, Whatsup, Snapchat e Telegram.
O MP diz que vendiam cannabis (resina) , heroína, cocaína e MDMA (ecstasy), para consumo ou revenda.
O MP aponta dois arguidos, em cada caso, como os fundadores de redes que se expandiram: Gonçalo Martins, de Braga, que vendeu drogas entre 2014 e 2018, tinha como parceiro, Carlos Oliveira.
No caso de Maximinos, diz que Ricardo Antunes, ali residente, traficou durante 18 anos, entre 2001 e 2019, com apoio de cinco outros arguidos, em particular de Tiago Fernandes. Este adquiria, também, produto a Pedro Sampaio, de Guimarães.
Ao todo, a investigação detetou mais de 500 vendas – por cinco a 10 euros, em regra, mas, que podiam chegar aos 80 no caso de ‘barras’.
Ao telefone, usavam linguagem codificada, com expressões como ‘tomar café, beber um fino, traz tabaco, ou arranja peixe’, ‘bilhetes para o Sporting’, chocolate, xoco, terrinha, etc.