São 16 e acabam de ser acusados pelo ministério Público (MP) do Tribunal de Braga de traficarem drogas em Amares, Terras de Bouro, Vila Verde, Braga, Póvoa de Lanhoso, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Famalicão e Porto.
Em Braga, o principal foco do “negócio” era junto ao parque de estacionamento da loja De Borla, na envolvência dos bares da Sé, no largo fronteiro aos bombeiros voluntários, na zona dos bares da UMinho, perto da pastelaria Bracarum, numa área erma de Montariol, e ao lado do pelourinho, na Cividade.
Por vezes, as vendas eram feitas nos autocarros que circulam entre Braga e Vila Verde. Para além dos telemóveis, recorriam às redes sociais, entre as quais o Messenger, Instagram, WhatsApp, Snpachat, e Telegram.
A acusação diz que vendiam canábis (resina) , heroína, cocaína e MDMA, para consumo ou revenda.
O procurador concluiu que Gonçalo Martins, tido como um dos principais arguidos, vendeu drogas entre 2014 e 2018, fazendo-o a partir de contactos telefónicos com consumidores e revendedores.
Para tal, quer ele quer outros arguidos, usavam linguagem codificada, com expressões como “tomar café”, “beber um fino”, “traz tabaco” ou “arranja peixe”.
…Também em Amares
O MP acrescenta que Gonçalo vendeu em diversos locais do concelho de Amares, nomeadamente junto ao rio em Figueiredo, nas imediações do estabelecimento “Soccer Place”, em Besteiros, e nas imediações do café Variações, em Ferreiros.
Transacionou, ainda, estupefacientes, a 18 pessoas, em vários locais da vila, mormente, perto da escola secundária.
Já o arguido Carlos Oliveira terá traficado, entre 2015 e 2019, produtos que também comprava ao Gonçalo Martins.
Carlos, juntamente com o arguido Luís Teixeira comprava a venderores em Braga – a dois homens com as alcunhas de “Ciga” e “Xuxu” – e no bairro do Aleixo, no Porto.
A investigação foi feita pelo NIC (Núcleo de Investigação Criminal) da GNR da Póvoa de Lanhoso que procedeu a várias dezenas de escutas telefónicas, e a vigilâncias, com captação de imagens.
Aquando da detenção dos principais arguidos, a GNR apreendeu quatro carros, telemóveis, tablets, computadores, drogas, dinheiro, munições e artefactos diversos ligados ao tráfico.
O MP quer que estes bens sejam declarados como perdidos a favor do Estado.
Para além das escutas, das imagens de vigilância, e dos autos de buscas domiciliária, o processo conta com muitas testemunhas, entre as quais 31 elementos da Guarda Nacional Republicana envolvidos na investigação, e 130 consumidores que terão comprado drogas aos visados.
Um dos arguidos, de nome Eric, é defendido pelo advogado João Ferreira Araújo, de Braga, um dos juristas bracarenses especializados em direito criminal.