Mosteiro de S.Miguel de Refojos “tem tudo” para ser Património Mundial

O presidente da Câmara de Cabeceiras de Basto, Francisco Alves, afirmou hoje que a candidatura do Mosteiro de S. Miguel de Refojos a Património Mundial da Unesco “tem tudo para ter um final feliz”.

“Estamos a falar de um mosteiro que é tido pelos especialistas como uma joia do barroco e que reúne uma série de especificidades que fazem dele um exemplar único, de rara riqueza histórica, arquitetónica e cultural”, disse o autarca.

Francisco Alves falava antes do início de um seminário internacional alusivo à temática “A ordem beneditina, o papel dos mosteiros e o património da Unesco”, que vai decorrer hoje e sexta-feira, em Cabeceiras de Basto.

Um seminário que, como sublinhou, deverá constituir “mais um empurrão” à candidatura do Mosteiro de Refojos a Património Mundial.

“Vamos ter aqui especialistas nacionais e internacionais, cujas alocuções farão parte do dossiê da candidatura, que pretendemos esteja totalmente formalizada até finais deste mês”, afirmou.

Francisco Alves explicou que, em janeiro, já foi entregue a proposta de inscrição daquele mosteiro beneditino na lista indicativa do Património Mundial da Unesco.

Entretanto, tem vindo a ser ultimado todo o processo de candidatura.

"Reportagem da comemoração do Dia Mundial da Criança em Cabeceiras de Basto. Abraço e Logotipo Humano da Candidatura do Mosteiro S. Miguel de Refojos a Património Cultural da Humanidade - UNESCO.", Mosteiro S. Miguel de Refojos - Cabeceiras de Basto/ Youtube

O autarca reafirmou que, caso a candidatura “chegue a bom porto”, aquele será o primeiro dos 29 mosteiros beneditinos existentes em Portugal a conseguir aquela classificação.

A Câmara sublinha que aquele é o único dos mosteiros beneditinos em Portugal construído de raiz segundo os cânones da arte barroca e também o único com um zimbório monumental.

Com origem no século VII, aquele monumento ganhou importância como mosteiro beneditino no século XII, estando ligado à fundação de Portugal.

A Câmara destaca ainda a “dimensão histórica” do mosteiro, que foi gerador de povoamento e de desenvolvimento humano das Terras de Basto, assumindo-se como um “testemunho ativo e vivo” dos principais acontecimentos da história de Portugal.

Dá também ênfase ao cálice de prata dourada do mosteiro, com data de 1152 e classificado de Tesouro Nacional, sendo o objeto mais antigo do Museu Machado de Castro, em Coimbra.

Para os promotores da candidatura, aquele cálice é testemunho da ligação do rei Afonso Henriques ao mosteiro e da interação do mosteiro com a Universidade de Coimbra.

“Por todas estas razões, a candidatura tem tudo para ter um final feliz”, rematou Francisco Alves.

Entretanto, o município continua a investir na requalificação do mosteiro, estando neste momento em fase de conclusão a requalificação de quatro altares, uma empreitada que inclui tratamento da talha, das esculturas, dos vidros e das portas.

Paralelamente, será feito um estudo de diagnóstico do estado de conservação do mosteiro.

O mosteiro, além da igreja, integra os Paços do Concelho e o Externato de S. Miguel de Refojos, este último património da Arquidiocese de Braga.

A igreja, a sacristia e o teto do salão nobre dos Paços do Concelho estão classificados como imóvel de interesse público desde 1933.

 
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