A Comissão Nacional da Unesco decidiu não inscrever o Mosteiro de Refojos, em Cabeceiras de Basto, na Lista Indicativa de Portugal ao Património Mundial, mas a câmara não vai desistir do projeto, informou, esta sexta-feira, o município.
Em comunicado, o município acrescenta que aquela Comissão Nacional alegou, designadamente, que a candidatura do Mosteiro de S. Miguel de Refojos “não colmata lacuna na Lista Indicativa de Portugal nem na Lista do Património Mundial“.
No entanto, sublinhou que a candidatura de Cabeceiras de Basto se destacou pelo “excelente trabalho realizado pelos seus promotores”.
“A Câmara Municipal reserva para mais tarde uma tomada de posição sobre esta decisão da Comissão Nacional, sendo que ficou, desde já, garantido que Cabeceiras de Basto não vai desistir de continuar este projeto”, lê-se no comunicado do município.
O grupo de trabalho e a Comissão Científica envolvidos no projeto reunirão brevemente para avaliar e decidir o futuro da candidatura.
Com origem no século VII, aquele monumento de Cabeceiras de Basto ganhou importância como mosteiro beneditino no século XII, estando ligado à fundação de Portugal.
É o único dos 29 mosteiros beneditinos em Portugal que foi construído de raiz segundo os cânones da arte barroca, sendo também o único com um zimbório monumental.
A candidatura apresentada destacava a “dimensão histórica” do mosteiro, que foi gerador de povoamento e de desenvolvimento humano das Terras de Basto, assumindo-se como um “testemunho ativo e vivo” dos principais acontecimentos da história de Portugal.
Dava também ênfase ao cálice de prata dourada do mosteiro, com data de 1152 e classificado de Tesouro Nacional, sendo o objeto mais antigo do Museu Machado de Castro, em Coimbra.
Para os promotores da candidatura, aquele cálice é testemunho da ligação do rei Afonso Henriques ao mosteiro e da interação do mosteiro com a Universidade de Coimbra.
O mosteiro, além da igreja, integra os Paços do Concelho e o Externato de S. Miguel de Refojos, este último património da Arquidiocese de Braga.
A igreja, a sacristia e o teto do salão nobre dos Paços do Concelho estão classificados como imóvel de interesse público desde 1933.
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