Morreu na manhã desta terça-feira Júlio Faria, figura maior do râguebi no Alto Minho e um dos nomes importantes da modalidade a nível nacional, anunciou hoje o Clube de Rugby de Arcos de Valdevez (CRAV). Era natural de Esposende onde foi proprietário de um pequeno negócio familiar.
Com passagem pelo mítico Técnico de Lisboa, onde ajudou o clube a conquistar a primeira Taça de Portugal da sua história quando ainda era estudante, passou os últimos 30 anos dedicados à modalidade em Arcos de Valdevez, onde foi atleta, treinador, dirigente e “um pouco de tudo”.
“Chegou a Arcos de Valdevez no segundo ano de existência de um grupo entusiástico, mas que não sabia quase nada da modalidade. Durante mais de 25 anos, esteve literalmente ao serviço do CRAV: foi jogador, treinador de todos os setores e até presidente. Tudo isto por carolice. Aliás, era ele que dizia muitas vezes: o profissionalismo está na cabeça”, recorda o clube através de uma nota publicada nas redes sociais.
O clube aponta ao antigo internacional português a capacidade de ter resistido “às dores de crescimento”, lembrando as lições que deixa naquele concelho do Alto Minho: “Organização, disciplina, respeito e sacrifício em nome do coletivo”.
“Resumindo: ensinou-nos a jogar Rugby, a viver a modalidade os seus valores. Ajudou-nos a crescer, e a sermos melhores pessoas”, considerou o clube.
Também do Clube de Rugby do Técnico chegam relatos de lamento pela partida de uma “figura incontornável da história do clube e do râguebi português”. O clube, através do seu site oficial, recorda o “pilar” nos anos 60 e 70, “chegando a internacional português” e a conquista da taça, e assinala ainda que Júlio Faria foi “ao longo das últimas décadas uma das figuras mais importantes no crescimento do clube (CRAV) do Minho”.
Pedro Lucas, presidente do Técnico, deixou o seu testemunho: “Foi com grande emoção que soube do falecimento do Júlio Faria. Conheci-o ainda miúdo, já não joguei com ele, mas habituei-me a respeitá-lo e a conviver com ele ao longo de muitos anos. Grande homem do rugby, que aqueles que estiveram com ele dentro de campo descreverão melhor que eu. Grande abraço, Júlio”.
Também Raúl Martins, presidente do Conselho Geral do Técnico exprimiu condolências: “O Júlio Faria foi um jogador de rugby de grande generosidade, leal para com o adversário e dotado de grande capacidade atlética e técnica. Foi um exemplo para todos os amantes do rugby. Que descanse em paz! Grande abraço do teu capitão Raul”.
O corpo estará em câmara ardente, esta quarta-feira, a partir das 15:00 até às 18:45 no Centro Funerário de Arcos de Valdevez (Funerária Lourarcos), depois seguirá para a Igreja de S. Bento onde será celebrada a eucaristia.
Conforme expressou em documento ainda em vida, o seu corpo vai ser entregue à Faculdade de Medicina Universidade do Porto.