Um grupo de moradores da zona em volta do pavilhão desportivo das Gouladas, em São Victor, Braga, que, há dias, esteve presente na reunião do executivo de vereadores, veio, de novo, a terreiro, criticar a decisão da Câmara de Braga de requalificar e aumentar o equipamento desportivo: “Não se ouve a população, decide-se contra um manifesto objetivo dos moradores, cortam-se árvores onde quase não existem, quer-se alargar um pavilhão onde não há espaço exterior para esse aumento nem para parqueamento, quer-se gastar 1.700 milhões de euros públicos e, na reunião do executivo município, quando nada mais se pode argumentar contra factos, diz Ricardo Rio que as opiniões são subjetivas”.
Na ocasião, o presidente da Câmara, Ricardo Rio, disse que a obra está adjudicada e que, antes disso, no processo de decisão, “todos os fatores foram ponderados e considerou-se que o projeto é benéfico para o local, para o Hóquei Clube de Braga, para as escolas na envolvente e para a comunidade em geral”.
Agora, e em comunicado, os moradores lamentam o prosseguimento da empreitada. Isto, dizem, “mesmo depois de terem apresentado um manifesto e abaixo assinado com perto de 400 assinaturas contra a obra de requalificação e alargamento do Pavilhão das Gouladas, obra que vai enterrar, num espaço exíguo, escolar e habitacional, 1.700 milhões de euros, dinheiro público, um grupo de moradores envolventes do Pavilhão das Gouladas”.
E, prosseguindo, argumentam: “Foi objetivamente apresentado que, para os moradores, a obra não faz sentido por se situar num espaço habitacional e escolar, de difícil acesso, sem parqueamento e sem espaço para alargamento. Atualmente são ruas com muito trânsito em horas de ponta e com reduzido espaço para estacionamento. Uma afluência maior somente criará caos e possibilidade de acidentes”.
E acrescentam: “O projeto também contempla o corte de algumas das poucas árvores que ali ainda sobrevivem há mais de 40 anos e que criam na paisagem uma atmosfera natural ao amontoado habitacional. Ricardo Rio afirmou que as opiniões dos moradores «são subjetivas» e nada mais esclareceu sobre os factos apresentados”.
“Em resumo: afundam-se 1.700 milhões de euros sem ouvir a população, segue-se um caminho que vai contra toda a lógica, bom senso e cuidado na utilização de dinheiro público, não se pensa o futuro de um espaço desportivo amplo e desenvolvido com rigor… só falta mesmo dizer: as opiniões são mesmo subjetivas; e acrescentar: as de Ricardo Rio absurdas e sem sentido”, conclui o documento.