Cinco moradores de ruas situadas junto ao pavilhão desportivo das Gouladas, em São Vítor foram, sexta-feira à noite, à Assembleia Municipal de Braga protestar contra a obra de requalificação e ampliação do equipamento.
“Não faça a obra, Presidente”, disse um deles, Jorge Filipe Ferreira, a Ricardo Rio, invocando o perigo que existirá, em caso acidente ou incêndio em dia de jogo de hóquei, se os bombeiros e meios de socorro não conseguirem passar devido à ocupação das ruas com automóveis.
Na Assembleia, usaram, ainda, da palavra os moradores Valérie Michel Vieira, João Lima Soares, Marli Anjos Sousa Gonçalves e uma jovem, de nome Margarida, que também ali vive.
Os cinco argumentaram que o projeto foi feito sem que ninguém tivesse sido ouvido, e sustentam que vai reduzir a sua qualidade de vida: “reduz a metade o único espaço verde da zona, tira a maioria dos lugares de estacionamento, e aumenta o ruído e a insegurança devido às claques dos clubes de hóquei que ali jogam, entre as quais a do Hóquei Clube da cidade”, dizem, criticando, ainda, as dificuldades que tiveram em consultar o projeto arquitetónico.
Criticam, também, o abate de várias árvores e o facto de muitos prédios/apartamentos virem a ficar com as vistas tapadas.
Obra é para avançar
No final da sessão, Ricardo Rio disse que a obra no pavilhão, que custa 1,6 milhões, vai avançar, em breve, sublinhando que vai servir quer o clube quer os 400 alunos da Escola de Música Calouste Gulbenkian, quer ainda os habitantes e outras associações desportivas de São Vítor.
Os residentes queixaram-se de que, antes do pavilhão, havia, no local, um ringue público onde as pessoas iam para jogar a bola e divertir: ”agora, mesmo uma escola que dele usufrui tem de pagar”, asseguram.
A este reparo, o autarca respondeu que o pavilhão foi feito, ao tempo da gestão de Mesquita Machado, precisamente, a pedido dos moradores porque o ringue tinha silvas e ervas daninhas e não servia a comunidade. Pedido, esse, suportado pela Junta de Freguesia, também gerida pelo PS.
Sobre o corte na zona verde, disse que, do outro lado da rua, há o Complexo Desportivo e de Lazer da Rodovia, que podem frequentar, e garantiu que os técnicos da Câmara já se mostraram disponíveis para ouvir reclamações e sugestões.
O edil negou, também, que a Câmara tivesse impedido os moradores de ver o projeto, garantindo que quem o solicitou, teve acesso: “eu próprio recebi uma pessoa que aqui está a reclamar, a Valérie Vieira”, referiu.