Montenegro volta a afastar entendimentos com o Chega e só governa se ganhar

Legislativas 2025
Foto: LUSA

O presidente do PSD, Luís Montenegro, afastou hoje qualquer solução de Governo com o PS ou com o Chega, adiantou que irá lutar por conseguir uma maioria e reiterou que só será primeiro-ministro se vencer.

Montenegro, juntamente com outros candidatos, entregou hoje no Tribunal de Aveiro, a lista da AD – Coligação PSD/CDS pelo círculo eleitoral deste distrito às eleições legislativas antecipadas de 18 de maio.

O cabeça de lista da AD por Aveiro reiterou as balizas que tinha estabelecido em 2024, afirmando que só reassumirá as funções de primeiro-ministro se vencer as eleições, e adiantando que vai lutar para ter a maioria dos votos dos portugueses, mas sem falar numa maioria absoluta.

“É um ponto de honra desta candidatura. Nós queremos a legitimação do voto popular para podermos executar o nosso programa, nós queremos ter a maioria dos votos dos eleitores, não queremos nenhum acerto, nenhum esquema de, nas costas dos portugueses, encontrar soluções de governo, nós queremos governar tendo mais votos que os outros”, afirmou.

O líder dos sociais-democratas afastou qualquer cenário de solução de Governo com o PS, considerando que isso não seria bom para o país, admitindo no entanto, a possibilidade de entendimentos setoriais.

“A nossa proposta passa por, com essa legitimação, não ter nenhuma solução de governo com o PS – acho que isso se percebe, até porque as nossas propostas são, de facto, alternativas, não há aqui nenhuma ideia de bloco central, de aproximação, nem o país precisa, nem é bom para o país, nem nós temos, de facto, propostas que sejam convergentes, independentemente de depois podermos, setorialmente, ter um ou outro entendimento que é bom para o país”, afirmou.

Montenegro afastou de igual modo um possível entendimento com o Chega para formar Governo, afirmando que se trata de um partido que “não tem nem postura, nem maturidade para assumir essa responsabilidade”.

“Eu quero que os portugueses saibam as balizas nas quais nós nos fundamos para nos apresentarmos para governar o país nos próximos quatro anos e meio, são estas. As propostas são, no essencial, aquelas que nós vimos concretizando, que agora serão naturalmente atualizadas e apresentadas nos próximos dias”, concluiu.

O cabeça de lista enfatizou ainda o que considera ser a grande diferença entre a proposta da AD e as propostas apresentadas no sábado pelo PS.

“Nós temos o objetivo de criar mais riqueza para poder depois redistribuí-la de forma equitativa, de forma justa, para que todos possam ter mais oportunidades de concretizar os seus sonhos. A proposta do PS é distribuir sem criar, o que quer dizer que é o caminho para o empobrecimento”, disse Montenegro.

O líder dos sociais-democratas referiu que a proposta socialista é uma resposta que já tivemos no passado e que trouxe dificuldades, mais imigração, a partida dos jovens para o exterior e voltou a defender a baixa do IRC para que as empresas possam ser mais competitivas, possam criar mais riqueza e com isso pagam mais impostos e pagam mais salários.

“É que, às vezes, baixar a taxa do imposto significa arrecadar mais receita. O PS devia saber isso. Há dez anos, em 2014, o PSD, com o apoio do PS, baixou o IRC em Portugal 2%. No final desse ano, a receita do IRC cresceu. Ora, o PS tem uma visão errada do que é criar a riqueza para a poder distribuir”, afirmou.

Montenegro insistiu ainda que a proposta do PS leva ao empobrecimento, enquanto que a proposta da AD leva à criação de riqueza e, portanto, à criação de condições para as pessoas terem melhores salários, melhores pensões, melhor acesso a serviços públicos essenciais, nomeadamente na saúde, na educação, na habitação, na mobilidade.

 
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