Cartas personalizadas enviadas por Luís Montenegro a militantes do PSD no distrito de Braga estão a causar uma onda de indignação por entre os apoiantes de Rui Rio.
Numa dessas missivas, enviada aos eleitores da Póvoa de Lanhoso, Montenegro recorda Manuel Baptista, antigo presidente da Câmara que morreu em fevereiro de 2019.
“O seu legado e visão são hoje continuados pelo nosso amigo Avelino Silva [atual presidente da Câmara eleito pelo PSD], com quem conto incondicionalmente para ajudar na difícil tarefa que temos em mãos: revigorar o PSD e mobilizar Portugal”, pode ler-se no documento.
Em declarações ao jornal Observador, o vice-presidente da distrital da JSD de Braga, Alexandre Coimbra Peixoto, tece críticas por considerar que Montenegro está a “utilizar o nome de alguém” que é “muito querido” para “capitalizar votos de militantes”. “Isso indignou-me não só a mim, mas a militantes que apoiam as duas candidaturas”, disse o dirigente da jota.
O “presidente Batista morreu há menos de um ano e está muito presente na memória dos povenses”, por isso utilizar o nome é “uma atitude que não abona a favor de Luís Montenegro”, explica Coimbra Peixoto.
Fala ainda em “profunda demonstração de falta de carácter e de vergonha” quando “insinua o apoio do presidente da Câmara, Avelino Silva, à sua candidatura”. Luís Montenegro conquistou apenas 19 votos nesta secção, contra 149 votos para Rui Rio.
Referência a eurodeputado
Na concelhia de Vila Verde, as cartas falavam em José Manuel Fernandes (JMF), atual eurodeputado eleito pelo PSD e apoiante manifesto de Rui Rio desde a primeira volta.
Depois de receberem cartas com referência ao antigo presidente da autarquia, JMF enviou uma SMS aos militantes de Vila Verde, apelando ao voto em Rui Rio.
“Apoio Rui Rio a presidente do PSD. É o melhor. Para Vila Verde e Portugal. Sábado (14h-20h), vota Rui Rio. Portugal precisa do PSD forte. José Manuel Fernandes”, dizia a mensagem escrita. Em Vila Verde, 482 votaram em Rui Rio, contra 142 de Luís Montenegro.
Ao mesmo jornal, fonte da candidatura de Montenengro nega que as cartas sugiram apoio de quem é mencionado: “As cartas pretendem apenas dizer que contamos com todos no dia a seguir às eleições. Que não excluímos ninguém”.