Montenegro alerta para ataques “que não se veem” à soberania nacional

“Estrutura de funcionamento político e social está hoje em causa todos os dias”
Foto: Lusa

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, alertou hoje em Vila Nova de Gaia para ataques “que não se veem” à soberania nacional, considerando que a “estrutura de funcionamento político e social está hoje em causa todos os dias”.

“A nossa própria estrutura de funcionamento político e social está hoje em causa todos os dias, com ataques que não se veem, com ataques que circundam e invadem o nosso espaço e a nossa soberania”, disse hoje Luís Montenegro na abertura dos Land Defense Industry Days (Dias da Indústria da Defesa em Terra), no Quartel da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto).

Para o chefe do Governo, os ataques acontecem “das formas mais elaboradas, sofisticadas que se possam imaginar”, já que a guerra hoje não é apenas algo que se possa “extrair dos equipamentos militares mais visíveis”.

“A guerra hoje é uma guerra tecnológica, uma guerra digital, uma guerra de manipulação, uma guerra que muitos chamam híbrida, uma guerra que ataca os fundamentos dos regimes democráticos, que ataca o próprio funcionamento das democracias”, referiu.

Considerando que “se fala pouco disto em Portugal”, o primeiro-ministro lembrou, numa referência à Roménia, que “há um país na União Europeia cujas eleições presidenciais foram anuladas na base da deturpação da vontade popular, precisamente pela manipulação da opinião pública”.

“Às vezes parece que estamos a teorizar sobre uma realidade que não existe, mas ela existe efetivamente”, vincou Luís Montenegro, considerando que “é bom que as portuguesas e os portugueses possam compreender também” esta realidade.

O primeiro-ministro considerou que em causa está “a vida de cada um de nós”.

“Estamos a falar dos alicerces das nossas liberdades mais elementares. Estamos a falar da garantia da segurança, individualmente considerada e coletivamente considerada também. Não estamos a falar apenas da guerra, não estamos a falar apenas da dissuasão, não estamos a falar apenas das nossas responsabilidades no contexto internacional”, vincou.

 
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