O presidente do PSD, Luís Montenegro, afirmou hoje que se não fossem os prestadores de serviço que vão às unidades de saúde, “não havia capacidade de resposta” e acusou o primeiro-ministro de “teimosia ideológica”.
“Se não fossem hoje os [médicos] prestadores de serviço que vêm às unidades de saúde, não havia capacidade de resposta. Essa é a maior evidência daquilo que é uma mudança estrutural, que por teimosia ideológica do Dr. António Costa e das pessoas que têm passado no Ministério da Saúde, está a tardar em ser assumida e executada e isso tem tido como desfecho o aumento das listas de espera”, afirmou Luís Montenegro, após uma reunião com o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB).
O líder do PSD voltou a defender como único caminho para resolver os problemas do setor a complementaridade entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS) com a oferta e a capacidade instalada no setor social e privado, “sem nenhum tipo de constrangimento ideológico”.
Luís Montenegro manifestou também a sua preocupação com o possível encerramento da maternidade do Hospital Amato Lusitano (HAL).
“Tivemos a ocasião de perceber que a informação é muito pouca e também aqui não há ainda diálogo com a tutela, no sentido de aferir se vai ou não haver alguma alteração”, frisou.
Adiantou que o PSD e ele próprio têm manifestado essa preocupação.
“Creio que não podemos ter serviços públicos apenas e só perspetivados numa filosofia de relação entre a densidade populacional e um rácio em relação aos serviços que são proporcionados. E, neste particular, preocupa-me sobremaneira que se possa estar a preparar qualquer encerramento um bocadinho nas costas das populações, dos autarcas e dos dirigentes hospitalares que não têm informação”, salientou.
Em outubro, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, afirmou que até ao fim deste ano, o Governo não irá fechar nenhum serviço de obstetrícia nem blocos de partos nos hospitais do SNS e que só no início de 2023 haverá decisões sobre esta matéria.
O presidente social-democrata lembrou ainda o período pandémicos que se viveu e ainda vive no país e que afetou e continua a afetar os serviços de saúde.
Nesse sentido, defendeu a implementação de um plano de recuperação “rápido, eficiente, robusto mesmo, que possa recuperar tempo perdido e que possa também evitar no futuro, o acumular de mais listas de espera”.