As dez mil árvores já plantadas pelo Município de Braga no Parque Florestal do monte do Picoto estão a trazer de volta a fauna da região. Para lhe dar de beber está a ser construída uma pequena lagoa numa das vertentes do monte.
“A lagoa, que ficará junto ao edifício do projeto Homem, terá 340m2 sendo alimentada por um sistema de captação de águas no Inverno e, se preciso, através de um furo artesiano no estio”, referiu a O MINHO o vereador do Ambiente, Altino Bessa salientando que, “através de um lago com vida, nomeadamente com anfíbios, crescerá a recuperação da biodiversidade local”.
O autarca adiantou que, nos últimos tempos foram avistados vários animais que estavam ausentes do local, como aves de várias espécies, raposas, roedores, e muitos tipos de répteis, incluindo cobras, ainda que não venenosas.
O aumento da área florestal permite que os animais circulem entre o Picoto e os montes da Falperra, Sameiro e Bom Jesus também eles com fortes manchas florestais. O mesmo sucede com o rio Este, onde após o processo de despoluição de que foi alvo, regressaram animais como a garça, a lontra e o toirão, além de peixes.
O Parque Urbano Florestal do Picoto – acrescentou o autarca – tem já 10 mil árvores autóctones plantadas, número que deve crescer até 15 mil nos próximos anos. A reflorestação representa um investimento de 195 mil euros, dos quais, 165 mil, provêm de uma candidatura ao Fundo Ambiental.
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Árvores da região
Bessa salienta que, para além do plantio de árvores típicas da região, como o castanheiro, o carvalho-roble, o carvalho negral e o sobreiro, em associação com o bordo, a azinheira, o azereiro, a pereira brava, o medronheiro e o pilriteiro, têm sido cortadas espécies invasoras como a acácia e a mimosa.
No parque, cuja verdadeira dimensão será visível dentro de alguns anos quando as plantas atingirem a idade adulta, o que demora 30 anos, tem, também, vindo a ser feita a replantação de árvores, já que algumas perecem não chegando a crescer.
Na zona está a ser montado um sistema de sinalética para apoio a uma rede de percursos pedonais, com sete quilómetros: “Vai ali ser feito em breve uma iniciativa desportiva”.
“Este projeto reabilita o monte, através da plantação de espécies capazes de captar carbono, conjugando a vertente de lazer com as ambientais, e contribuindo para a estratégia municipal de adaptação às alterações climáticas, ao tornar a área num pequeno pulmão da cidade”, acentua.
300 camiões de lixo
Nos últimos anos, a Câmara limpou o leito e as margens do rio Este, um afluente do Ave, na zona a montante do complexo Grundig, em Ferreiros, tendo retirado 300 camiões de lixo: “o lixo era tanto que, nalguns locais o leito afundou 1, 2 metros e noutros um metro”, sublinhou Altino Bessa, conforme já havia noticiado O MINHO.
Deste modo, os peixes e outros animais recomeçaram a circular no rio e hoje são uma presença constante como se demonstra com o trabalho de recolha feito pelo fotógrafo João Ferreira, em colaboração com a Autarquia.