Uma área florestal de vários hectares, separada por diferentes terrenos, em Braga, tem ardido de forma consistente ao longo do último mês, levando a “várias” intervenções dos Bombeiros Sapadores e dos Voluntários de Braga. Localizado entre as freguesias de Vilaça, Tadim e Passos São Julião, o Monte Eiro, popularmente conhecido por “monte das moelas”, e que alberga as ruínas do antigo castelo Penafiel de Bastuço, foi hoje alvo de nova ignição, levando à intervenção de 33 operacionais, 27 dos quais bombeiros, para evitar que toda a área ardesse por completo.
“Aquilo já ardeu em 2015, toda aquela área, à volta de 30 hectares”, começa por dizer a O MINHO o comandante dos Bombeiros Voluntários de Braga, Pedro Ribeiro, que hoje coordenou as operações no incêndio que mobilizou equipas dos Voluntários, dos Sapadores, dos Famalicenses e de Viatodos, para além da Unidade de Emergência, Proteção e Socorro (UEPS) da GNR e do helicóptero da Proteção Civil.
“Temos notado que desde há cerca de duas semanas para cá, tem havido bastantes ignições naquela zona. Também tivemos conhecimento de que andam lá a ocorrer conflitos entre proprietários, por isso acho que não será difícil de perceber o que eventualmente se pode estar a passar, porque o calor até pode ser maior, mas sozinho não provoca incêndios”, disse ao nosso jornal.
O responsável já fez chegar à Proteção Civil municipal e às autoridades policiais estas considerações, através dos relatórios que efetua no terreno: “Achamos que alguma coisa tem de ser feita porque é de estranhar que, nesta altura, surjam estes incêndios”.
Pedro Ribeiro alerta também para a dificuldade de acesso ao terreno, que se encontra, na maior parte, por limpar. “Tem muita densidade de combustível, e depois tem limites entre terrenos, como pedras grandes, que não deixam passar os veículos mais pesados para combater os incêndios. Por isso é que apenas temos acesso ao perímetro todo com os veículo ligeiros, mas esses transportam pouca quantidade de água”.
Este domingo, foi essencial a intervenção do helicóptero, uma vez que a forma apeada até alguns dos locais onde ardia era impossível de concretizar, sobretudo pela falta de limpeza das matas.
“Durante as últimas semanas, têm estado aqui várias vezes os bombeiros Sapadores, e algumas vezes os Voluntários. O meio aéreo também já foi acionado, e quando damos por ela, há um conjunto de ignições e o problema parece que irá persistir.
“Há ali zonas que ainda não têm limpeza, existem caminhos que não sei se são particulares, mas alguns estão obstruídos com pedras, e eventualmente há caminhos que fazem parte do baldio. O que penso é que a área florestal não está lá muito bem ordenada, pois tem muita continuidade a nível do combustível, mais na horizontal, mas na vertical já se vêem zonas que aquilo é uma selva”, aponta o comandante.
Para além do meio aéreo, com seis elementos, estiveram no combate três viaturas e onze elementos dos Bombeiros Voluntários de Braga, duas viaturas e seis operacionais dos Bombeiros Sapadores de Braga, e duas equipas, com uma viatura e cinco elementos cada, dos Bombeiros Famalicenses e dos Bombeiros de Viatodos.