Monção reduz um milhão de euros ao passivo

Maioria PSD aprova contas com abstenção do PS
Câmara de Monção. Foto: DR / Arquivo

A maioria PSD na câmara e assembleia municipal de Monção aprovou as contas de 2022, destacando a redução do passivo em um milhão de euros, com a oposição PS a abster-se por considerar que “foram feitas coisas bem feitas”.

“A votação na generalidade condiciona, um pouco, o sentido de voto. Se votássemos por rubricas seria totalmente diferente, justificou hoje à agência Lusa o líder da oposição socialista, Filipe Quintas, alertando para “as finanças pouco saudáveis do município em 2022”.

Apesar do “agravamento” das contas, Filipe Quintas explicou que o PS não votou contra porque “as contas de 2022, no valor de quase 25 milhões, apresentam coisas que foram bem feitas”.

“As transferências para as freguesias e para as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPPS), as obras em curso, são investimentos com os quais concordamos”, referiu.

Já para a maioria PSD no executivo e na assembleia municipal, “apesar da guerra na Ucrânia, com introdução de fatores de instabilidade e incerteza, que levaram à subida da inflação e das taxas de juro, o município de Monção atingiu um excelente nível de execução orçamental, assegurando a maior receita de sempre, na ordem dos 25 milhões de euros e, diminuindo o passivo corrente em cerca de um milhão de euros”.

“O equilíbrio financeiro e o apoio às famílias monçanenses, verificado no presente exercício, reflete a preocupação do município numa gestão criteriosa, baseada numa intervenção responsável e realista, com enfoque no desenvolvimento estrutural e abrangente do território concelhio”, refere o presidente da Câmara, António Barbosa, citado numa nota enviada às redações.

A autarquia destaca ainda que, “no último ano, o endividamento com empréstimos bancários evoluiu favoravelmente, tendo-se assistido a nova diminuição com os encargos anuais relacionados com amortizações e juros”.

“Entre o valor de 2017 (964.966,80 euros) e o valor definido para 2023 (559.264,00 euros), reduziu-se em mais de 40% os encargos financeiros com empréstimos bancários”, sustenta a Câmara, numa nota enviada às redações.

O Plano de Atividades e Orçamento (PAO) da Câmara de Monção para 2022, foi de 30,2 milhões de euros.

O executivo municipal de Monção, no distrito de Viana do Castelo, é constituído por cinco elementos do PSD e dois do PS. Os dois partidos são os únicos com representação na assembleia municipal, com 16 eleitos pelo PSD e nove do PS.

Das contas de 2022, aprovadas na última quarta-feira em reunião camarária e, no dia seguinte, pela assembleia municipal, o município realça “um assinalável índice de investimento, entre outros, no emparcelamento agrícola do vale do Gadanha, a requalificação urbanística do centro histórico de Monção, a beneficiação da rede viária municipal, a modernização do saneamento básico e a criação de estruturas de atratividade e dinâmica empresarial”.

“Fruto da apresentação atempada de estudos, projetos e candidaturas, o município de Monção conseguiu uma dotação recorde de fundos comunitários, cerca de 4,5 milhões de euros, potenciando a sua capacidade de investimento em segmentos fundamentais para o desenvolvimento do território”, adianta a nota.

O líder da oposição socialista Filipe Quintas, lamentou que “pelo segundo ano consecutivo o município apresente resultados negativos e, ainda por cima, com um aumento de 1,6 para 1,8 milhões de euros”.

“Estes dados revelam um aumento do buraco financeiro e um executivo que está a delapidar as contas do município. O ano passado também nos abstivemos na votação das contas de 2021, dando nota do voto de um confiança para que as contas pudessem ser melhores. Em 2022, as contas agravaram-se, mas mantivemos a abstenção, pedindo ao executivo cuidado com as finanças do município”, afirmou.

Outro das razões que sustentam a abstenção socialista, adiantou, prende-se “com o aumento, nos últimos quatro anos, do endividamento bancário, a médio e longo prazo”.

Filipe Quintas criticou ainda “os orçamentos empolados e pouco realistas que este executivo tem apresentado e que acabam por traduzir numa fraca execução orçamental”.

 
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