O MinhoPark Monção- Parque Empresarial do Noroeste Peninsular, SA vai entrar em insolvência. A empresa “Construções Gabriel Couto, SA” pediu, no Tribunal de Comércio de Famalicão, a insolvência do organismo – devido a faturas não-pagas na obra de construção dos pavilhões.
O pedido segue-se à recente insolvência, seguida de processo de extinção, da Associação Industrial do Minho (AIMinho) que era a sócia maioritária, com 90 por cento, do empreendimento.
O processo segue o seu curso em setembro com a nomeação de um administrador judicial, e a reclamação de créditos, culminando numa assembleia de credores.
Confrontado com o facto, o presidente da Câmara de Monção, António Barbosa disse a O MINHO que “está atento” ao desenrolar do processo, tendo em atenção que a conclusão do parque empresarial traria “enormes vantagens” para a zona e para a bacia do rio Minho.
“Tentaremos defender os nossos direitos e lutaremos para que o projeto continue”, disse.
Minho Park
O MinhoPark foi criado em 2008 entre a AIMinho e a Câmara de Monção, para a construção de um parque empresarial com 90 hectares e 80 lotes, destinado a captar empresas industriais, quer de Portugal quer da Galiza, Espanha. A sua implementação está parada há dois anos, devido a um litígio com o fisco de 2,2 milhões por causa do IVA, que corre no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga.
O MinhoPark enfrentava, ainda, um pedido de devolução de dois milhões de euros de fundos comunitários e uma dívida ao Novo Banco de cerca de três milhões. Ou seja, sem financiamento e com a AIMinho já extinta em em liquidação, o MinhoPark ficou nas mãos dos credores. A que o JN sabe, o juiz ainda não convocou os credores para se pronunciarem, em assembleia, sobre o pedido da Gabriel Couto.
584 mil m2
Até à paralisação do projeto, estavam a ser infraestruturados um total de 584 mil m2. O projeto inicial previa a construção de três novos pólos empresariais, dotados de infraestruturas, de “ponta”, nas áreas da gestão, físicas (água, saneamento, acessos), e de redes de telecomunicações e de eletricidade.
Para o Vale do Gadanha, abrangendo, as freguesias de Pinheiros, Lara e Pias, estava previsto o parque de maior dimensão, enquanto que os restantes, com cerca de 12 hectares, estavam projectados para Messegães e Merufe, e outro para Longos Vales. O parque deveria gerar até 1.250 novos postos de trabalho.
Concurso por 13,9 milhões
O concurso público de construção do empreendimento, com o valor base de 13,9 milhões de euros, teve a participação de 14 empresas. A Gabriel Couto venceu-o, tendo-lhe sido adjudicada a obra
A primeira fase abrangia 53 hectares de terreno onde iriam nascer 80 lotes para unidades industriais (54 empresas, 15 serviços e 11 armazéns) bem como 889 lugares de estacionamento (765 ligeiros e 124 pesados).
O Park seria dotado de áreas destinadas ao desporto e lazer (campos de futebol e ténis), espaços de investigação (setores do vinho e transportes), serviços de apoio empresarial (incubadora de empresas) e serviços sociais e educacionais (creche e ensino profissional).